Na nossa área de Apoio ao Paciente pode encontrar toda a ajuda que necessita para o seu pós-operatório ou algumas das dúvidas que possa ter.

Todas as pessoas que usam lentes de contacto devem perceber a importância do tratamento adequado das suas lentes. Estes cuidados têm como principal objetivo prevenir as infeções oculares.
As infeções oculares constituem uma patologia ocular grave. Não diagnosticadas a tempo e/ou não tratadas de forma adequada, podem ser responsáveis por uma baixa da visão, ou mesmo, de cegueira.

Referem-se abaixo 10 conselhos para evitar as infeções oculares: 

1. Retire as lentes de contacto antes de mergulhar na água.
As lentes de contacto devem retirar-se antes de tomar banho em casa, na piscina ou no mar.

2. Lave as mãos antes de mexer nas lentes de contacto
As mãos devem ser lavadas com sabão e secas antes de tocar nas lentes de contacto.

3. Limpe as lentes de contacto
As lentes devem ser limpas de acordo com o protocolo do fabricante e/ou instruções do seu contactologista.

4. Desinfete as suas lentes de contacto. 
Também, de acordo com o protocolo do fabricante e/ou instruções do seu contactologista, deve usar-se um produto próprio para desinfetar as suas lentes de contacto.
Soluções salinas e substitutos das lágrimas não são desinfetantes pois não têm a capacidade de matar as bactérias.

5. Use sempre produtos novos.
Cada vez que limpar as lentes (lavar e esfregar), cada vez que guardar as suas lentes na embalagem (desinfeção), use produtos de limpeza e desinfeção novos.

6. Deite fora solutos usados
Nunca reutilize produtos de limpeza e desinfeção. Nunca misture produtos novos com produtos já usados.

7. Guarde as lentes nas respetivas embalagens 
As lentes de contacto quando não estão a ser usadas devem guardar-se em embalagens apropriadas, que devem estar limpas e desinfetadas.

8. Mantenha a embalagem das lentes de contacto limpas e secas
As embalagens das lentes devem ser lavadas diariamente com solução salina estéril (nunca com água da torneira), e deixadas abertas e secas depois de cada utilização.
Uma embalagem húmida e fechada pode ser um local privilegiado para o crescimento de bactérias.
Devem ser substituídas cada 3 meses, pelo menos.

9. Substitua as lentes com regularidade
As lentes devem ser substituídas logo que o seu tempo de vida (atribuído no protocolo de utilização) expire.

10. Consulte com regularidade o seu Oftalmologista
Os exames oftalmológicos regulares permitem afinar as graduações e detetaralterações oculares (inclusive, infeções) numa fase inicial

1º Passo: lave e seque as mãos
Lave sempre as mãos antes de manusear as lentes de contacto. O sabão não deve conter perfume ou gordura.
Depois de lavadas as mãos devem ser secas numa toalha que não liberte partículas.
Deve observar o blister e a lente de contacto procurando possíveis danos e rupturas. Caso um ou outro apresentem algum tipo de alteração não deve colocar a lente de contacto.

3º Passo: coloque e retire as lentes sempre pela mesma ordem
Para evitar trocar as lentes deve colocar e retirar sempre pela mesma lente (direita ou esquerda).

4º Passo: verifique se a lente está no lado correto 
Garanta que a lente está do lado correto (direito ou avesso). Caso colocada do avesso a lente pode originar desconforto e/ou turvação da visão).
Para se saber se a lente está do lado correto utilizam-se 2 métodos:

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4.1 Coloca-se a lente na ponta do dedo e observa-se o bordo
– Se o bordo tem a forma de taça, a lente está do lado correto;
– Se o bordo tem a forma de “prato de sopa”, a lente está do avesso.

4.2 Aperta-se ligeiramente a lente entre o polegar e o indicador e observam-se os bordos
– Se os bordos tendem a unir-se, a lente está do lado correto;
– Se os bordos tendem a afastar-se, a lente está do avesso

5º Passo: colocação da lente de contacto
5.1 Coloque a lente na ponta do dedo indicador

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Garanta que as mãos estão bem secas. Ao colocar as lentes de contacto com as mãos húmidas as lentes tendem a ficar coladas ao dedo.
5.2 Use o dedo médio para baixar a pálpebra inferior.

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5.3 Use o dedo indicador da outra mão para levantar a pálpebra superior.

5.4 Coloque a lente de contacto diretamente na córnea

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5.5 Retire o dedo indicador da pálpebra inferior, olhe para baixo e retire o dedo indicador da pálpebra superior.

5.6 Pestaneje suavemente olhando para baixo. A lente centrar-se-á e estabilizará imediatamente. .

Repita os passos para a lente do outro olho.

Se não se sentir confortável ou a visão não for nítida, retire a lente e verifique se a lente foi colocada do lado correcto.
Se o desconforto persistir e/ou a visão não for nítida, retire as lentes de contacto e consulte o seu especialista.

No caso da lente se descentrar ou se deslocar para a parte branca do olho (esclera), pode:
– Fechar as pálpebras e massajar suavemente para deslocar a lente para a sua posição correta;
– Mantendo o olho aberto, pressionar a pálpebra inferior ou superior, empurrando com cuidado na direção do centro do olho.

6º Passo: remoção da lente de contacto
6.1 Lavar as mãos.

6.2 Verifique se a lente está no olho.

6.3 Olhe para o espelho e incline a cabeça para baixo (mantendo o olhar no espelho). Com o dedo médio puxe a pálpebra inferior para baixo. Coloque a ponta do dedo indicador no bordo inferior da lente e desloque-a para baixo até à parte branca do olho.

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Segure suavemente a lente entre o polegar e o indicador e “belisque-a”. Retira a lente de contacto do olho.

Repita o mesmo procedimento para o outro olho.

O seu oftalmologista adaptou-lhe lentes de contacto moles (hidrófilas). Você é agora uma das milhões de pessoas que, em todo o mundo, descobriram as vantagens deste método confortável e prático para a correção dos problemas da visão.
As suas lentes são moles quando estão humedecidas. Quando não as tiver colocadas é indispensável guardá-las numa solução salina para evitar que sequem.

PREPARAÇÃO
Lave e enxague sempre as mãos antes de tocar nas lentes. Sacuda o excesso de água mas tente manusear as lentes sempre com as mãos húmidas.
Ao enxaguar as mãos verifique se não ficam partículas (fios, fragmentos de papel) na pele dos dedos.
Verifique se as unhas, de preferência curtas, estão limpas antes de pegar nas lentes. As lentes podem estragar-se quando manuseadas em contacto com as unhas.
Maquilhagem, loções, cremes e sabonetes oleosos podem danificar as lentes de contacto. Também sprays (desodorizantes e lacas para o cabelo) podem alterar as suas lentes de contacto. Faça a maquilhagem dos olhos só depois das lentes estarem colocadas. Se usar sprays feche bem os olhos para impedir que estes se depositem nas suas lentes.

COLOCAÇÃO DAS LENTES
Para a colocação das lentes proceda do seguinte modo:
Coloque a lente na ponta do dedo indicador direito (ou esquerdo se for canhoto);
Puxe a pálpebra superior para cima com o dedo indicador da mão esquerda (ou direita se for canhoto);
Puxe a pálpebra inferior para baixo com o dedo médio da mão direita (ou esquerda se for canhoto). Esta mão é, tal como foi referido acima, a mão que transporta no dedo indicador a lente de contacto;
Olhe para cima e coloque a lente na parte branca do olho da parte inferior. Olhe lentamente para baixo, esquerda e direita, baixe as pálpebras suavemente, pestaneje e verá que a lente fica colocada no centro do olho. Se tiver dificuldade em centrar a lente, feche os olhos suavemente e massage a pálpebra com pouca pressão.

RETIRAR AS LENTES
Para retirar as lentes, após lavar e enxaguar as mãos, prepare primeiro o estojo. Este deve estar pronto para receber as lentes (tampas abertas e solução nova). Uma vez preparado o estojo proceda do seguinte modo:
Verifique que a lente se encontra em cima da córnea (parte central do olho);
Olhe para cima e puxe a pálpebra inferior para baixo;
Com o dedo indicador da mão direita (ou esquerda se fôr canhoto) faça deslizar a lente para baixo em direção à parte branca do olho;
Pince a lente delicadamente com o indicador e o polegar e retire a lente.
Apertar com suavidade uma lente húmida entre o indicador e o polegar não causa danos à lente desde que se evite o contacto da lente com as unhas.

MANUTENÇÃO DAS LENTES
As lentes de contacto são colocadas diretamente sobre os seus olhos. Para que estes se mantenham saudáveis é indispensável que as lentes estejam em boas condições (sem alterações da sua forma e corretamente limpas). Lentes de contacto defeituosas ou sujas podem originar complicações, algumas vezes graves, nos olhos do utilizador.
Para que as suas lentes tenham uma duração razoável e uma utilização isenta de complicações deve seguir à risca as instruções que lhe são transmitidas pelos técnicos.
A higiene das suas lentes requer produtos apropriados que lhe serão recomendados pelo seu oftalmologista. Não devem usar-se nunca produtos de limpeza próprios para lentes de contacto duras ou semirrígidas.
Com as suas lentes de contacto ser-lhe-ão fornecidos o estojo e os solutos indicados para a limpeza das mesmas. Este “kit” far-se-á acompanhar de um manual de instruções de leitura compreensível.
Evite o contacto das lentes com objetos duros e não dobre ou esmague as lentes entre os dedos. Tome especial cuidado ao manusear as lentes de modo a que não haja contacto com as unhas. Unhas aguçadas ou com falhas podem danificar a superfície das lentes.

PRECAUÇÕES
A menos que esteja a usar lentes de porte permanente, deve retirar sempre as lentes antes de ir para a cama. Se sentir desconforto retire as lentes. Limpe-as com a solução contida no estojo e volte a colocá-las no olho. Se a sensação de desconforto persistir, volte a retirar as lentes e consulte o seu oftalmologista.
Retire as lentes se notar o olho vermelho, sensação de ardor e/ou queimadura, lacrimejo excessivo ou dificuldade em encarar a claridade.
Caso sinta perturbações da visão (visão enevoada, halos com as cores do arco-íris à volta das luzes), retire as lentes e consulte o seu oftalmologista.
Não use gotas oculares ou soluções de limpeza e conservação de lentes que não lhe tenham sido prescritas. Caso o seu oftalmologista lhe receite gotas oculares não deve usar lentes moles durante o tratamento.
Não use em circunstância alguma solução própria para lentes de contacto duras.
Evite a utilização de lentes de contacto em condições atmosféricas muito secas e em ambientes com poluição atmosférica (fumos, produtos químicos).
Evite usar lentes de contacto na praia ou quando for nadar.
Não faça a sua maquilhagem antes de colocar as lentes. Não utilize laca ou spray quando usar as lentes. Estes produtos podem danificar as lentes. Caso o faça, feche os olhos primeiro e mantenha-os fechados durante alguns minutos após a utilização.
Respeite o intervalo de tempo indicado para a duração das suas lentes de contacto.
Nunca coloque lentes de contacto danificadas e/ou com depósitos.
Não use lentes e soluções de limpeza de marcas que não tenham sido indicadas pelo seu médico.
Não se esqueça de limpar o estojo porta-lentes diariamente e de o substituir por um novo cada 3 meses.
Não limpar as suas lentes de contacto com saliva ou água da torneira.

Consulte o seu oftalmologista pelo menos uma vez ao ano.

Para o esclarecimento de qualquer dúvida ou qualquer informação suplementar, não hesite em interrogar o seu oftalmologista que terá o maior gosto em responder a todas as suas questões.

Milhões de pessoas em todo o Mundo beneficiam das vantagens de utilizar lentes de contacto. Além das óbvias vantagens cosméticas, as lentes de contacto permitem uma visão mais natural do que a que se obtém com óculos. Há também grandes benefícios na utilização de lentes de contacto em atividades de laser e na prática desportiva.

As lentes distinguem-se pelo tipo de material (plástico) com que são feitas e pelo desenho.

Tipos de lentes de contacto

Há 2 grandes tipos de lentes de contacto: lentes rígidas permeáveis aos gases (também designadas por lentes semirrígidas) e lentes moles (hidrófilas).

Lentes moles (hidrófilas)

As lentes moles (hidrófilas) podem ser: não descartáveis (lentes hidrófilas convencionais) ou descartáveis.

Lentes não descartáveis (lentes hidrófilas convencionais) são retiradas todos os dias, não se usam durante a noite, e, reutilizam-se durante cerca de 2 anos.

Lentes descartáveis dividem-se em:

Descartáveis diárias

Estas lentes estão guardadas em embalagens individuais, usam-se durante 1 dia (colocam-se de manhã e retiram-se à noite antes de deitar) e não necessitam de nenhum tipo de tratamento.

Não devem ser reutilizadas em qualquer circunstância.

São a opção mais cara de utilização de lentes descartáveis, porém, uma solução muito prática e muito segura. Constituem a melhor opção para utilizadores de forma ocasional, viajantes e pessoas que não querem despender tempo a tratar das lentes.

O uso deste tipo de lentes não evita a necessidade de reavaliação periódica feita aos seus olhos pelo seu oftalmologista.

Descartáveis de uso diário

Estas lentes descartáveis de uso diário podem ser reutilizadas de 1 a 4 semanas, dependendo das suas características. Colocam-se de manhã e retiram-se à noite ao deitar.

As proteínas e os microrganismos podem contaminar estas lentes pelo que necessitam de ser limpas todos os dias e substituídas de acordo com o protocolo de utilização.

São as lentes descartáveis mais utilizadas e constituem uma boa opção sob o ponto de vista económico.

Descartáveis de uso permanente

São lentes indicadas para uso permanente (dia e noite) por um período de tempo de 1 semana.

Estas lentes permitem a oxigenação da córnea enquanto o doente dorme.

Este tipo de utilização é contraindicado por alguns médicos que responsabilizam o porte permanente por uma redução da oxigenação da córnea durante a noite e por um aumento das complicações corneanas, nomeadamente das infeções.

O uso permanente deve estar reservado para situações especiais e excecionais. Estes utilizadores devem ser submetidos a reavaliações frequentes, já que, este esquema de utilização está associado a um substancial aumento de complicações.

Lentes rígidas permeáveis aos gases (semirrígidas)

As lentes permeáveis aos gases são mais duras e de menor diâmetro que as lentes de contacto moles.

Como principal qualidade destas lentes destaca-se o facto de permitirem uma boa oxigenação corneana, reduzindo assim as complicações associadas à falta de oxigenação da córnea.

Também, permitem uma boa correção das graduações mais elevadas, sobretudo quando associadas a astigmatismos irregulares.

São lentes bastante duráveis (cerca de 3 anos) e fáceis de tratar.

Como principal desvantagem é que são, no início, menos confortáveis que as lentes hidrófilas.

Lentes híbridas

São lentes com características de uma lente permeável aos gases na parte central, e com características das lentes hidrófilas à periferia.

Associam as boas características óticas das lentes permeáveis aos gases, com o conforto das lentes hidrófilas.

Podem ser uma boa escolha em pacientes que sofrem de astigmatismo elevado, queratocone e presbiopia.

Escolha das lentes de contacto 

Hoje em dia quase todas as situações que necessitam de correção da visão podem ser resolvidas com lentes de contacto.

O seu oftalmologista ajudá-lo-á a escolher o tipo de lente de contacto, o esquema de utilização, e os cuidados que terá de ter em relação às lentes e aos seus olhos.

Nunca troque de lente, esquema de utilização ou solução de limpeza sem conhecimento do seu técnico.

Lembre-se que a prescrição das suas lentes de contacto só poderá ser feita por oftalmologista ou técnico de contactologia devidamente credenciado.

Todos os portadores de lentes de contacto devem submeter-se a observações periódicas, em intervalos de tempo indicados pelo seu oftalmologista, essenciais para reavaliar as características das lentes que está a usar e para despistar qualquer complicação que possa estar associada ao seu uso.

Segurança

As lentes de contacto são cada vez melhores, quer em termos de geometria, quer em termos de material, facto que as torna cada vez mais confortáveis e cada vez mais seguras.

Para a maior parte das pessoas as lentes de contacto são seguras e isentas de complicações.

Contudo, há que ter em atenção o risco de infeção ocular é maior nos utilizadores de lentes de contacto, e sobretudo, nos utilizadores que dormem com lentes de contacto (porte permanente).

As infeções oculares são menos frequentes com as novas lentes de silicone hidrogel (mesmo em porte permanente) e são raras com as lentes descartáveis de uso diário e com as lentes semirrígidas (rígidas permeáveis aos gases).

Outros fatores de risco de infeção são: utilizador não segue as instruções de tratamento das lentes de contacto e que não limpa de forma correta e regular da embalagem onde guarda as lentes.

Tratamento das lentes de contacto

O seu técnico deve informá-lo dos procedimentos e produtos indicados para tratar o seu tipo de lente de contacto. Tais procedimentos podem incluir esfregar-polir e enxaguar as lentes de contacto.

Todas as lentes que são reutilizadas (ou seja, todas as lentes de contacto à exceção das lentes descartáveis diárias e das lentes de porte permanente) devem ser tratadas (desinfetadas).

Desinfeção

Depois de retirar as lentes de contacto dos olhos é indispensável que as desinfete. Este procedimento impede que os organismos patogénicos se desenvolvam nas lentes e contaminem os olhos.

A desinfeção é feita mergulhando as lentes de contacto numa solução (produto de desinfeção) colocada na embalagem das lentes, por um período de tempo determinado. Nunca reutilize o produto de desinfeção. Cada vez que as lentes são guardadas deve deitar-se fora o líquido de desinfeção e colocado na embalagem produto novo.

Siga as instruções e só use produtos de desinfeção indicados pelo seu técnico de contactologia.

Cuidados com a embalagem onde guarda as lentes de contacto 

A embalagem onde guarda as suas lentes de contacto deve ser lavada e seca todos os dias. Só depois se deve colocar produto de desinfeção novo.

A embalagem das lentes de contacto deve ser substituída todos os meses.

Conselhos para as pessoas que usam lentes de contacto 

Sempre:

  • Lave e seque as suas mãos antes de manusear as lentes;
  • Tenha uns óculos atualizados para a necessidade de retirar as lentes de contacto;
  • Substitua as lentes dentro dos prazos indicados;
  • Visite o seu oftalmologista com regularidade;
  • Procure aconselhamento com profissionais sempre que tiver problemas com as suas lentes de contacto;
  • Todos os dias em que use lentes de contacto faça a si mesmo 3 perguntas: As lentes de contacto estão confortáveis? Os meus olhos estão vermelhos? Estou a ver nítido? Se não conseguir responder “sim” a estas perguntas retire as lentes imediatamente e procure aconselhar-se com o seu oftalmologista ou técnico de contactologia.

Nunca:

  • Se vá deitar com um olho vermelho doloroso;
  • Coloque uma lente suja ou danificada;
  • Reutilize o produto de desinfeção;
  • Lave as lentes com água da torneira ou outros líquidos;
  • Molhe as lentes com saliva;
  • Use as lentes de contacto a nadar (praia ou piscinas), a menos que use óculos de natação.

Para o esclarecimento de qualquer dúvida ou qualquer informação suplementar, não hesite em interrogar o seu oftalmologista que terá o maior gosto em responder a todas as suas questões.

O glaucoma é uma das causas mais frequentes de cegueira no Mundo. Em Portugal são diagnosticados por ano mais de 150.000 casos de glaucoma.

O que é o GLAUCOMA?

O glaucoma é uma doença que se caracteriza por uma destruição gradual e definitiva do nervo ótico (nervo que liga o olho aos centros cerebrais onde tem lugar o processamento da imagem). Pode afetar apenas um olho, mas geralmente os dois olhos são atingidos pela doença.

Há vários tipos de glaucoma, sendo o mais comum o glaucoma crónico simples.

Na maior parte dos casos o processo de destruição do nervo ótico encontra-se associado a um aumento da tensão ocular (hipertensão ocular).

Tensão ocular alta nem sempre significa a existência de glaucoma. Contudo o glaucoma encontrar-se na grande maioria dos casos associado a hipertensão ocular.

O que é a hipertensão ocular (tensão ocular alta)?

Existe dentro do olho um líquido transparente – o humor aquoso – que serve para manter a tonicidade e forma do globo ocular (é um efeito semelhante ao ar de um balão ou de uma bola de futebol). Este líquido, que fornece os nutrientes necessários ao metabolismo das estruturas oculares (córnea e cristalino), está permanentemente a ser produzido dentro do próprio olho e a ser eliminado deste através de uma rede complexa de pequenos canais. A pressão sobe quando estas pequenas aberturas se tornam mais estreitas, dificultando a normal saída do humor aquoso para fora do olho e causando assim um aumento da tensão ocular.

Eu posso ter GLAUCOMA?

Sim. Qualquer pessoa pode ter glaucoma.

Ainda não se sabe o que determina que um indivíduo venha a ter glaucoma, embora se conheçam alguns fatores que podem indicar uma tendência, um risco, de vir a desenvolver um glaucoma:

HISTÓRIA FAMILIAR: 15% dos doentes com glaucoma têm uma história familiar da doença. Portanto, se tiver glaucoma ou alguém da sua família tem glaucoma, então você e os seus familiares devem ser observados sem demora por um médico dos olhos;

IDADE: a grande maioria dos casos de glaucoma (embora nem todos) ocorrem em pessoas com mais de 40 anos e o risco aumenta à medida que se envelhece. A partir dos 65 anos de idade 5% da população sofre desta doença;

MIOPIA: os míopes têm um risco maior de desenvolver glaucoma;

DIABETES: o glaucoma é cerca de 10 vezes mais frequente nos diabéticos;

TOMA DE MEDICAMENTOS: por exemplo, os corticosteroides (cortisona e derivados).

Como é que eu posso aperceber-me que tenho GLAUCOMA? 

Não pode.

O glaucoma é uma doença silenciosa (não dá sintomas) e o doente não dá pela sua existência e pela sua progressão. O doente só se apercebe que alguma coisa não está bem com os seus olhos quando a doença já atingiu uma fase muito avançada e provocou já lesões oculares irreversíveis.

Como posso saber se tenho GLAUCOMA?

Consultando o seu médico dos olhos. Só os oftalmologistas estão habilitados para fazer os exames necessários para diagnosticar a doença.

Estes exames são rápidos e quase indolores, pelo que não há razão para ter receio de os fazer.

Que exames são?

OBSERVAÇÃO DO GLOBO OCULAR À LÂMPADA DE FENDA. Este exame permite observar as características do globo ocular, dando particular importância ao ângulo irido-corneano (local onde ocorre a saída do humor aquoso para fora do olho).

MEDIÇÃO DA TENSÃO OCULAR. A manifestação mais frequente do glaucoma é o aumento da tensão ocular. A tensão ocular deve ser regularmente medida pelo seu oftalmologista de forma a despistar a existência de um glaucoma.

O valor da tensão ocular é influenciado pela espessura da córnea, motivo pelo qual se deve proceder à medição da espessura da córnea (exame a que se dá o nome de paquimetria corneana) a todos os doentes com suspeita de glaucoma.

ESTUDO DO NERVO ÓTICO. A observação das características do nervo óptico pelo exame do fundo do olho;

ESTUDO DA CAMADA DE FIBRAS NERVOSAS DA RETINA. O OCT (Tomografia de Coerência Ótica) ou o GDX (Laser Diagnostic Technologies) são aparelhos que medem a camada de fibras nervosas da retina, camada da retina precocemente atingida nos doentes glaucomatosos. Este exame é capaz de detetar lesões numa fase muito inicial da doença, pelo que se trata de um exame indispensável no rastreio e no diagnóstico precoce do glaucoma.

EXAME DOS CAMPOS VISUAIS. O glaucoma atinge primeiro a visão periférica e só depois a visão central. O estudo da visão periférica (campo visual) permite fazer o diagnóstico e conhecer a evolução do glaucoma.

O meu médico disse-me que tenho GLAUCOMA. Que devo fazer?

Há alguns anos atrás ter glaucoma era quase sinónimo de cegueira. Hoje em dia a situação é bastante diferente. Assim, se o diagnóstico desta doença for feito precocemente, se for vigiado regularmente pelo seu médico, cumprindo rigorosamente as suas instruções, poderá fazer uma vida sem limitações apesar de ter esta doença.

Tratamento do glaucoma

O objetivo do tratamento é baixar a tensão ocular. O tratamento mais habitual consiste na aplicação diária de gotas. Nos casos resistentes ao tratamento com gotas pode estar indicado o tratamento com o laser, ou ainda, o recurso à operação.

Julgamos que com esta informação ficou com um melhor conhecimento do que é o glaucoma. Para o esclarecimento de qualquer dúvida ou qualquer informação suplementar, não hesite em interrogar o seu oftalmologista que terá o maior gosto em responder a todas as suas questões.

A DIABETES

A Diabetes Mellitus é uma doença do metabolismo da glucose caracterizada pela existência de valores persistentemente elevados deste açúcar no sangue.

Os valores altos de glucose no sangue (glicémia) devem-se ou à falta de insulina, ou, à resistência à ação da insulina.

Existem 2 tipos de diabetes: 

  • diabetes tipo 1 (insulino-carente) é causada pela ausência de produção de insulina (a enzima produzida no pâncreas, responsável pelo metabolismo da glucose). É a forma da doença que prevalece em pacientes jovens;
  • a diabetes tipo 2 (não insulino-carente) é causada por um aumento da resistência à ação da insulina. É a forma da doença mais frequente no adulto e encontra-se frequentemente ligada a maus hábitos alimentares e à obesidade. Também, esta forma da doença está associada a uma carga genética muito grande.

A DIABETES NO MUNDO

A prevalência da Diabetes Mellitus na população mundial está compreendida entre 0,5 a 5,0%, e varia de acordo com vários fatores, tais como: o tipo de diabetes, a idade, a raça, os hábitos alimentares, a obesidade, etc.

A prevalência da diabetes vem aumentando de forma assustadora, de tal forma que se prevê que no ano de 2025 existam 300 milhões de diabéticos em todo o mundo.

Calcula-se que só metade dos diabéticos tenham conhecimento de sofrerem da doença, facto que em muito contribui para um atraso no início do tratamento destes doentes e pela grande frequência de complicações associadas ao arrastar da doença.

A DIABETES EM PORTUGAL

Calcula-se que em Portugal existam cerca de 1.000.000 diabéticos.

A DIABETES E A CEGUEIRA

As lesões da retina (camada de células que forram internamente o olho e que são responsáveis pela formação do estímulo visual) provocadas pela diabetes designam-se por retinopatia diabética.

Nos países industrializados a retinopatia diabética é a principal causa de cegueira entre a população profissionalmente ativa (20-74 anos).

Calcula-se que a retinopatia diabética seja responsável por 20 a 30% do número total de cegos.

A probabilidade de um diabético vir a cegar é 25 vezes superior à de um não diabético.

A causa mais importante pela qual os diabéticos cegam é a ausência, em devido tempo, de um tratamento oftalmológico adequado.

A RETINOPATIA DIABÉTICA

A retinopatia diabética é uma manifestação a nível da retina da microangiopatia (lesão dos pequenos vasos) diabética. A hiperglicémia crónica provoca alterações estruturais a nível do sangue e das paredes vasculares.

As alterações estruturais produzidas ao nível dos vasos da retina provoca dão origem, quer à oclusão destes vasos (com a consequente falta de oxigenação das células da retina e, posteriormente, à morte destas células), quer a um aumento da permeabilidade da parede vascular (com a passagem sangue e constituintes do plasma para fora dos vasos, indo acumular-se na retina).

Numa fase inicial a retinopatia diabética caracteriza-se pela presença de microaneurismas (dilatações vasculares), hemorragias e exsudados retinianos. Nesta fase não encontramos ainda proliferações vasculares – Retinopatia Não Proliferativa.

A menos que as hemorragias e os exsudados se acumulem na mácula (área da retina responsável pela visão central) – edema macular – a acuidade visual não se encontra geralmente comprometida, facto que explica tantas vezes o atraso com que o doente procura o médico oftalmologista.

Numa fase avançada da retinopatia, e, tentando responder à falta oxigénio que chega às células retinianas (isquemia retiniana), desenvolvem-se à superfície da retina e no nervo ótico (nervo que conduz a informação visual ao córtex visual) vasos anómalos – Retinopatia Proliferativa. Estes vasos, também designados por neovasos, são muito frágeis, sangram com muita facilidade, e dão origem a hemorragias no vítreo (gel que ocupa a porção posterior do globo ocular).

As hemorragias no vítreo são uma causa frequente de baixa súbita da visão nos doentes diabéticos.

Os neovasos, e o tecido fibroso a eles associado, pode provocar forças de tração sobre a retina e provocarem descolamentos da retina.

Numa fase ainda mais avançada, os neovasos podem aparecer na parte anterior do olho (íris e ângulo) e provocar um glaucoma (glaucoma neovascular).

FATORES QUE CONDICIONAM A EVOLUÇÃO DA RETINOPATIA DIABÉTICA

  • Tempo de evolução da doença: A duração da diabetes é o fator de risco mais importante para o aparecimento da retinopatia diabética. Quanto maior a duração da diabetes maior é a possibilidade de desenvolver uma retinopatia diabética (60% dos doentes com mais de 15 anos de duração da diabetes apresentam lesões vasculares na retina);
  • Tipo de diabetes: Mais frequente em diabetes tipo 1;
  • Tipo de tratamento: Mais frequente em doentes tratados com insulina;
  • Controle metabólico: Desenvolvimento e agravamento da retinopatia nos doentes com mau controlo metabólico;
  • Hipertensão arterial: A hipertensão arterial agrava a retinopatia;
  • Puberdade e gravidez: estão associadas a um agravamento da retinopatia;
  • Nefropatia: Aumenta o risco de retinopatia.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA RETINOPATIA DIABÉTICA?

A menos que se desenvolva um edema macular, o que provoca uma baixa da acuidade visual, a retinopatia diabética pode progredir para as formas graves de retinopatia diabética proliferativa sem que dê origem a qualquer sintomatologia.

A retinopatia diabética proliferativa dá origem a hemorragias do vítreo que se manifestam pelo aparecimento de manchas no campo visual (descritas pelos doentes como moscas, cabelos, teias de aranha, etc.) ou por baixa súbita, parcial ou total, da visão.

É importante que os diabéticos tenham a consciência que a retinopatia diabética pode estar presente e progredir para formas mais complicadas sem dar origem a sintomas.

COMO SE DIAGNOSTICA A RETINOPATIA DIABÉTICA?

Para diagnosticar a retinopatia diabética o oftalmologista tem que observar o interior do olho através da pupila dilatada pela ação de gotas (observação do fundo ocular ou fundoscopia).

Uma vez comprovada a existência de lesões de retinopatia pela fundoscopia podem ser necessários outros exames para melhor caracterizar as lesões observadas (fotografias coloridas da retina e angiografia fluoresceínica).

A angiografia fluoresceínica é um exame que permite estudar a circulação da retina. Após a injeção de um corante fluorescente (fluoresceína) no braço do doente, tiram-se fotografias seriadas da retina na altura da passagem do corante.

A angiografia é um exame importante na elaboração do plano terapêutico.

FORMAS DE TRATAMENTO

Alguns doentes com retinopatia diabética não necessitam de tratamento mas apenas de vigilância periódica. Noutros casos será necessário o tratamento, com o objetivo de parar a progressão da doença e evitar as complicações associadas às formas mais avançadas da doença e, se possível (nem sempre o é) melhorar a visão do doente.

Tratamento com Laser

O Laser consiste num feixe de energia luminosa muito focado que ao incidir sobre os vasos da retina e sobre o tecido retiniano provoca libertação de calor e a sua coagulação (fotocoagulação).

O Laser pode aplicar-se de 2 maneiras:

  • Sobre os vasos da retina alterados (que deixam que o sangue e o plasma fujam para fora do vaso e se acumulem na espessura da retina provocando alterações na sua arquitetura); ou
  • Sobre as áreas da retina isquémica (onde, em consequência da oclusão dos vasos, não chega a quantidade de oxigénio mínima indispensável à sobrevivência das células) com o objetivo de impedir a formação de vasos anómalos (neovasos) capazes de originar hemorragias no vítreo.

Está demonstrado que o tratamento Laser aplicado na altura devida (formas iniciais da retinopatia) pode evitar a perda de visão, e por vezes, melhorar a visão dos doentes com retinopatia diabética.

Tratamento cirúrgico

A cirurgia está reservada a formas avançadas e complicações associadas à retinopatia diabética proliferativa avançada.

Engloba uma série de técnicas de cirurgia endo-ocular. A mais comum é a vitrectomia, técnica na qual se procede à extração do vítreo contendo sangue.

PAPEL DO DOENTE NO TRATAMENTO

O doente tem um papel importantíssimo no êxito do tratamento. Esta colaboração só é possível se o doente estiver convenientemente informado da sua doença e dos objetivo do(s) tratamento(s) (tantas vezes dolorosos e não conduzindo a melhorias rápidas da acuidade visual).

O doente deve cumprir escrupulosamente as recomendações do seu oftalmologista, apresentar-se nas datas indicadas para as consultas de revisão e seguir um controle metabólico da diabetes.

A PERDA DE VISÃO PODE SER EVITADA SE DER ATENÇÃO A QUE SINTOMAS?

A retinopatia diabética pode estar presente sem que haja algum sintoma. 

O diagnóstico precoce da retinopatia diabética é a maior proteção contra a baixa da visão.

Os diabéticos devem ser submetidos a um exame oftalmológico, pelo menos, uma vez por ano. Uma vez detetada a retinopatia diabética, a observação deve ser mais frequente.

O controlo metabólico da diabetes é indispensável para evitar a progressão da retinopatia.

O Laser e a cirurgia são formas eficazes de evitar as complicações tardias da diabetes e ajudam a conservar (às vezes melhoram) a acuidade visual.

Julgamos que com esta informação ficou com um melhor conhecimento do que é a retinopatia diabética. Para o esclarecimento de qualquer dúvida ou qualquer informação suplementar, não hesite em interrogar o seu oftalmologista que terá o maior gosto em responder a todas as suas questões.

O que são as CATARATAS?

No olho normal os raios luminosos atravessam a córnea, passam através do orifício pupilar (pupila ou menina do olho) e voltam a atravessar o cristalino, que se trata de uma lente transparente que ajuda a focar os raios luminosos (e as imagens) na retina (o fundo do olho onde as imagens são recebidas).

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Quando esta lente (cristalino) perde a sua transparência natural, estamos perante o que se chama de catarata.

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A perda de transparência do cristalino é geralmente um processo gradual, que se desenvolve ao longo dos anos, e está relacionado como envelhecimento. Em determinado momento da sua progressão, a entrada dos raios luminosos no olho é bloqueada e a visão começa a baixar.

Qual a causa das CATARATAS?

As cataratas são uma manifestação própria do envelhecimento.

Contudo, este processo pode ser acelerado ou ocorrer em idades mais jovens, devido, por exemplo, à diabetes ou a certas medicações.

Certos traumatismos oculares podem igualmente causar cataratas.

Algumas doenças que ocorrem durante a gravidez podem dar origem ao aparecimento de cataratas nos recém-nascidos ou crianças muito jovens (cataratas congénitas).

Prevalência das CATARATAS

Tratando-se de uma doença do envelhecimento a sua prevalência aumenta com a idade. Cerca de 25% da população com idade entre os 55 e os 65 anos e cerca de 40% da população com idade entre os 65 e os 75 anos, tem a sua visão comprometida (em grau variável) pela existência de cataratas.

A catarata é a principal causa de cegueira a nível Mundial. Com o envelhecimento da população a baixa da visão relacionada com a catarata tem vindo a aumentara cada ano.

As cataratas são a causa de cegueira reversível em cerca de 15 milhões de pessoas a nível mundial. Estima-se que este número possa chegar aos 50 milhões no ano de 2025.

Nos Estados Unidos da América são realizadas mais de 3 milhões de operações a catarata por ano. Em Inglaterra são operados cerca de duzentos mil doentes a catarata em cada ano. Em Portugal, por múltiplas razões, o número de intervenções é proporcionalmente inferior.

A operação a catarata é apesar de tudo uma operação bastante frequente no nosso país.

Sintomas das CATARATAS

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Uma vez que não provocam dor, as cataratas podem passar despercebidas numa fase inicial do seu desenvolvimento. Numa fase mais avançada podem originar as seguintes alterações.

  • Perda da visão à distância;
  • Dificuldade na leitura;
  • Alteração na visão das cores e dos contrastes;
  • Encadeamento
  • Visão dupla;
  • etc.

O facto de ter alguns destes sintomas não significa que tenha que ter necessariamente cataratas, porque outras doenças oculares podem provocar problemas visuais semelhantes.

Um exame ocular completo executado por um médico oftalmologista é indispensável para determinar a causa das suas queixas visuais.

Tratamento das CATARATAS

A única forma de tratamento eficaz das cataratas é a operação. A cirurgia de catarata é o procedimento cirúrgico mais realizado no mundo (estima-se de sejam realizadas cerca de 19 milhões desta cirurgia por ano).

A operação consiste na remoção da catarata (cristalino opacificado) e a sua substituição por uma lente intraocular.

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Esta intervenção garante ótimos resultados, não sendo já necessários os grossos óculos ou lentes de contacto após a operação, tal como era comum há uns anos atrás. As cataratas podem e devem ser operadas numa fase não muito avançada do seu desenvolvimento. Logo que a catarata comprometa as tarefas do dia a dia do paciente (leitura, ver televisão, etc) esta pode e deve ser operada. A velha ideia que o doente só pode ser operado quando estiver quase cego está completamente ultrapassada.

Um cirurgião de catarata domina as modernas técnicas de facoemulsificação, com execução de uma pequena incisão e com o recurso (sempre que possível) a anestesia tópica (anestesia com recurso a gotas com o doente consciente).

Julgamos que com esta informação ficou com um melhor conhecimento do que é a catarata. Para o esclarecimento de qualquer dúvida ou qualquer informação suplementar, não hesite em interrogar o seu oftalmologista que terá o maior gosto em responder a todas as suas questões.

Após a remoção da catarata (cristalino opacificado) vai ser implantada dentro do seu olho uma lente intra-ocular. Antes da descoberta das lentes intra-oculares os pacientes tinham que usar óculos com umas lentes muito grossas ou lentes de contacto especiais para poderem ver bem após a cirurgia de catarata. Na atualidade a cirurgia de catarata envolve a extração do cristalino opacificado e sua substituição por uma lente intra-ocular por forma a permitir uma boa visão.

COMO FUNCIONA UMA LENTE INTRA-OCULAR?

Tal como acontece com a lente natural do olho (cristalino), uma lente intra-ocular foca os raios luminosos que penetram no olho através da córnea e da pupila (menina do olho) na retina, tecido neuro-sensorial localizado na parte posterior do olho e responsável por converter os raios luminosos em impulsos elétricos que são depois transmitidos pelo nervo óptico ao cérebro, local onde os impulsos são convertidos em imagens.

A maioria das lentes intra-oculares é feita de um material flexível o que permite que sejam dobradas e introduzidas dentro do olho através de um pequeno orifício.

QUE TIPO DE LENTE INRA-OCULAR ESTÁ INDICADO PARA SI?

Tal como acontece na prescrição das lentes dos óculos, as lentes intra-oculares têm características que as diferenciam umas das outras.

Antes da cirurgia vai ter que fazer exames que permitem determinar a graduação da lente a implantar no seu olho. O seu oftalmologista vai ajudá-lo a escolher o tipo de lente intra-ocular indicado para si de acordo com as suas exigências visuais e as suas expectativas.

Vai querer saber qual a distância visual que mais utiliza, a sua actividade profissional, as suas actividades lúdicas e a forma como encara a possibilidade de usar (ou não) óculos para determinada distância após a operação.

Se tiver astigmatismo o seu oftalmologista vai informá-lo das vantagens da utilização de uma lente apropriada para o corrigir (lente tórica).

O tipo de lente escolhido vai condicionar a forma como vai ver depois de operado: se fica a ver melhor ao perto, visão intermédia ou ao longe, se fica a depender de óculos e para que distância de visão.

Em certos casos o preço da lente pode condicionar a sua escolha. Na maioria dos sub-sistemas de saúde (incluindo os Seguros) é solicitada a comparticipação do paciente no custo das lentes intra-oculares ditas premium (tóricas e multifocais).

TIPOS DE LENTES INTRA-OCULARES

LENTES MONOFOCAIS

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São o tipo de lentes mais frequentemente implantadas e geralmente comparticipadas integralmente pelos sub-sistemas de saúde.

Estas lentes permitem a correção da visão para longe, para perto ou para a distância intermédia (monitor de PC).

A maioria das pessoas a quem sem implantam estas lentes preferem ficar a ver bem ao longe e necessitar de óculos para para a visão ao longe.

Alguns pacientes que escolhem lentes monofocais e para reduzir a sua dependência de óculos preferem ficar a ver com um olho ao longe e outro ao perto, estratégia conhecida por monovisão. Pouco tempo depois da cirurgia, neste caso realizada aos dois olhos, o cérebro adapta-se a esta situação de um olho ficar a ver melhor ao longe e outro ficar a ver melhor ao perto. A maioria destes doentes refere ter uma boa visão para todas as distâncias com pouca ou nenhuma dependência dos óculos.

LENTES MULTIFOCAIS OU ACOMODATIVAS

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Este tipo de lentes permite reduzir, ou mesmo eliminar, a dependência dos óculos.

As lentes multifocais possuem múltiplas zonas ou anéis que dividem a luz que entra no olho para a visão ao perto e visão ao longe (LIOs bifocais) e também para a visão intermédia (LIOs trifocais).

As lentes acomodativas são lentes que se deslocam dentro do olho para a frente e para trás, tal como ocorre com a lente natural do olho (cristalino) permitindo o foco em todas as distâncias.

Estes tipos de lentes reduzem, mas nem sempre eliminam, a necessidade de óculos. Por exemplo, a maioria das pessoas consegue ler ao perto sem óculos mas a leitura pode ser mais nítida com o seu uso.

Exigem algum período de adaptação (6 a 12 semanas após a cirurgia do 2º olho), período durante o qual os pacientes se podem queixar de algumas perturbações da visão (reflexos, halos e baixa da luminosidade).

Devem ser colocadas a pacientes que têm cataratas nos dois olhos e que não têm astigmatismo muito alto. Astigmatismo baixo e intermédio podem ser corrigidos com lentes multifocais tóricas.

Estas lentes não estão indicadas para pacientes com outros problemas oculares que podem estar associados à catarata, nomeadamente, glaucoma e doenças da retina.

Normalmente não são integralmente comparticipadas pelos sub-sistemas de saúde, pelo que a sua escolha implica que o paciente aceita suportar custos adicionais.

LENTES TÓRICAS

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O que se passa no astigmatismo é que a córnea (janela do olho) não tem uma forma esférica (como uma bola de futebol) mas uma forma ovalada (como uma bola de râguebi). Esta situação provoca alterações da visão (objectos deformados, fantasma junto ao objecto), ou mesmo, baixa da acuidade visual. Os pacientes com astigmatismo usam lentes especiais para corrigir este problema conhecidas por lentes tóricas.

Por forma reduzir, ou mesmo eliminar, a necessidade de corrigir o astigmatismo com óculos no pós-operatório, o seu oftalmologista pode propor-lhe a implantação de uma lente intra-ocular tórica. A maioria dos pacientes com astigmatismo fica com uma visão melhor com este tipo de lentes.

Também estas lentes não são inteiramente comparticipadas pelos sub-sistemas de saúde, pelo que a sua escolha implica que o paciente aceita suportar custos adicionais.

Julgamos que com esta informação ficou a conhecer as diversas opções que se colocam para a escolha da melhor lente intra-ocular para o seu caso. Para o esclarecimento de qualquer dúvida ou qualquer informação suplementar, não hesite em interrogar o seu oftalmologista que terá o maior gosto em responder a todas a suas questões.

O FUNCIONAMENTO DO OLHO

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Num olho que não apresenta nenhuma deficiência visual, os raios luminosos que entram no seu interior, convergem para um foco que se localiza sobre a retina. Só são nítidas as imagens dos objectos, próximos ou distantes, que se focam sobre a retina.

Dentro do olho humano existe uma lente (cristalino) que, ao modificar a sua forma (tanto mais quanto mais perto do olho queremos ver) permite que as imagens dos objectos se mantenham focadas na retina, não importa a que distância estes se encontrem. Este processo chama-se acomodação.

A acomodação funciona desde o infinito até uma distância de uma dezena de centímetros, ou seja, a acomodação é tanto maior quanto mais próximo do olho se encontra o objecto.

O QUE É A PRESBIOPIA

A presbiopia (palavra que vem das palavras gregas presbys= velho e opia= visão), também designada por “vista cansada”, é uma perturbação da visão resultante do envelhecimento do olho.

Ela é consequência do mau funcionamento da lente do olho (cristalino). Em pessoas jovens, o cristalino é elástico e flexível, capaz de mudar rapidamente a sua forma para focar as imagens sobre a retina. Com a idade, a capacidade de deformação do cristalino vai-se progressivamente perdendo (perda da elasticidade), e o olho deixa de ser capaz de focar nitidamente a imagem dos objectos próximos (perda da capacidade de acomodação).

Esta dificuldade de focagem vai-se estabelecendo progressivamente, primeiro na visão ao perto, depois, também, para a visão intermédia.

Todas as pessoas, mesmo as que já sofrem de outra anomalia visual (como a miopia, hipermetropia ou astigmatismo), começam a sentir a sinais da presbiopia a partir dos 45 anos (embora num hipermétrope ela se manifeste mais cedo do que num míope). Esta anomalia tem tendência para se agravar com a idade, estabilizando a partir dos 65 anos.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA PRESBIOPIA

A presbiopia causa os seguintes sintomas:

  • Dificuldade de ler a uma distância de leitura que antes era confortável;
  • Necessidade de colocar o material de leitura ou outros objectos (agulha de costura) a uma distância maior para conseguir ver (os seus braços já não têm comprimento suficiente para ler o jornal, tem dificuldade em enfiar uma agulha);
  • Necessitar de mais iluminação para ver nítido;
  • Dificuldade de ver ao fim do dia ou quando está cansado ou com stress;
  • Dores de cabeça, desconforto e fadiga ocular;

COMO SE CORRIGE A PRESBIOPIA?

ÓCULOS

O uso de óculos é a forma mais comum de correcção da presbiopia.

Existem vários tipos de lentes correctoras. Para o aconselhar sobre as lentes mais adequadas para as suas expectativas e necessidades, os especialistas terão de conhecer as suas actividades, tanto profissionais como de lazer.

Embora todas as lentes para presbiopia tenham por objectivo proporcionar a recuperação da visão de perto, não têm todas as mesmas características.

As lentes simples de leitura (monofocais)

Para ler o jornal, coser, escrever, sem nunca olhar para além dessa distância, as lentes simples de leitura, ou as “meia-lua”, são adequadas.

Com estas lentes, quando o portador levanta os olhos para ver o que está em visão intermédia e ao longe, as imagens tornam-se desfocadas. Isto obriga a tirar e por os óculos continuamente, ou a olhar por cima deles.

Existe um tipo de lente de leitura que permite ver com nitidez tudo o que estiver ao alcance da mão: não só os objectos situados à curta distância de leitura, mas também tudo o que se encontra a uma distância intermédia (1-2 metros).

As lentes bifocais

As lentes bifocais permitem ver ao perto e ao longe. São caracterizadas por terem uma linha de separação visível entre a parte da lente destinada a ver ao longe (parte superior) e a parte da lente destinada a ver ao perto (parte inferior).

O portador destas lentes passa bruscamente da lente de visão ao longe para a lente da visão ao perto, sem beneficiar de lente para a visão intermédia. Também, a linha de divisão longe/perto confere a estas lentes uma particularidade estética, nem sempre do agrado dos utilizadores.

As lentes progressivas

As lentes progressivas permitem ver nitidamente a todas as distâncias, devido a uma superfície óptica sofisticada concebida a partir da observação do movimento dos olhos e das necessidades visuais. O olhar passa suavemente da visão de perto à visão intermédia, e depois à visão de longe, sem qualquer esforço, naturalmente.

Embora exijam alguma habituação, as lentes progressivas são muito confortáveis, respeitando os hábitos visuais do portador, proporcionando a máxima focagem e a máxima precisão na visão.

Estas lentes podem ser personalizadas, em função do estilo de vida do portador: tipo de material (orgânicas ou minerais), tratamento anti-reflexo, cor (com cor uniforme ou degradé), fotocromáticas (que escurecem e aclaram em função da intensidade da luz.

LENTES DE CONTACTO

Alguns pacientes podem sentir-se confortáveis com o uso de lentes de contacto.

Temos as seguintes opções:

  • Lentes de contacto multifocais. São lentes de contacto que permitem ver ao perto e ao longe. Têm uma adaptação e habituação difíceis e, infelizmente, não existem ainda parâmetros para um grande número de pacientes.
  • Lentes de contacto monofocais em esquema de “monovisão”. Nesta opção um dos olhos fica corrigido para a visão à distância, e o outro, para perto. Exige um período de adaptação mas é uma solução muito prática, com bons resultados na grande maioria dos casos.

CIRURGIA

Existem as seguintes opções cirúrgicas para o tratamento da presbiopia.

  • Queratoplastia de condução (CK). É uma técnica que corrige, de forma temporária, valores baixos de presbiopia. Consiste em alterar a forma da córnea através de uma corrente eléctrica. É uma técnica segura, mas perde a sua eficácia ao fim de 1-2 anos;
  • Cirurgia Laser (Lasik ou PRK) realizado em protocolo de monovisão (em que um olho fica corrigido para a visão de longe e outro para a visão de perto);
  • Lasik da presbiopia (PresbiLasik). Uma técnica ainda numa fase de consolidação, usada em alguns centros, ainda em fase experimental;
  • Inlays intra-corneanos (Kamra Acufocus). Consiste em implantar um microdisco com uma abertura central que se introduz na espessura da córnea, dentro de uma bolsa (“pocket”) realizada com Laser de Femtosegundo. Este disco écapaz de criar um foco para a visão ao perto. Esta técnica, que se realiza em 10 minutos com anestesia local, obteve a CE Mark em 2005.

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  • Substituição do cristalino por lentes intraoculares multifocais ou acomodativas. Tratamento mais moderno, permite óptima qualidade visual para longe e perto, a maior parte do tempo, sem o uso de óculos.

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O que é a Blefarite?

Designa-se por Blefarite a inflamação das pálpebras. Esta doença, bastante comum e geralmente crónica, localiza-se habitualmente no bordo palpebral.

Tem origem no mau funcionamento de umas pequenas glândulas produtoras de gordura (glândulas de Meibomius), que em número de 30 a 40 se localizam nas pálpebras e que têm o orifício de excreção localizado no bordo palpebral.

Em condições normais estas glândulas produzem uma secreção gordurosa que ajuda a lubrificar a superfície do olho, evitando a evaporação da lágrima e ajudando a manter a superfície do olho húmida.

Nos doentes com Blefarite os canais excretores destas glândulas ficam obstruídos, reduzindo a quantidade de gordura da lágrima, ocorrendo assim uma maior evaporação da lágrima e uma secura ocular.

Qual são os sintomas da Blefarite?

Os sintomas associados à Blefarite são diversos de acordo com a intensidade da doença.

Os pacientes que sofrem desta doença podem queixar-se de sensação de areia nos olhos, ardor e picadas, prurido e lacrimejo, bordo das pálpebras vermelho, escamas no bordo palpebral, queda de pestanas, etc.

Os pacientes que sofrem de Blefarite desenvolvem com mais frequência quistos nas pálpebras em consequência da inflamação das glândulas obstruídas.

A Blefarite pode ser transmitida à pessoas que estão próximas? É uma doença contagiosa?

A Blefarite não é uma doença contagiosa.

Muitas vezes encontra-se a doença em várias pessoas da mesma família, o que leva a pensar poder haver uma certa predisposição congénita para desenvolver esta doença.

Normalmente a doença ocorre de uma forma isolada e não há estudos que permitam afirmar que os filhos de uma doente com Blefarite venham a desenvolver esta doença.

Porque tenho sintomas agora se antes nunca os tive?

Normalmente as manifestações clínicas que o Oftalmologista encontra nos olhos destes pacientes já se encontravam presentes antes do aparecimento das queixas.

As queixas ocorrem quando se rompe o delicado equilíbrio em que se encontra a superfície do seu olho banhada por uma lágrima alterada.

Em certas ocasiões é possível identificar o factor desencadeante, como seja, uso muito prolongado de lentes de contacto, aplicação excessiva de produtos da maquiagem (sobretudo o lápis), exposição a ambientes poluídos (fumos e poeiras), ambientes com ar condicionado, trabalhar muitas horas seguidas ao computador, stress emocional, etc.

Contudo, em muitos casos não conseguimos encontrar nenhum factor desencadeante.

Posso vir a ter complicações?

Sim. Em estados avançados esta doença pode originar complicações que podem comprometer a visão.

Estas complicações estão geralmente associadas ao aparecimento de lesões na córnea secundárias a uma deficiente função protectora da lágrima alterada.

As lesões da córnea podem levar a uma perda da sua transparência e à consequente baixa da acuidade visual.

A Blefarite tem cura?

A Blefarite não se cura mas controla-se.

Por cura entende-se que a doença desaparece completamente. Por controle entende-se que os sintomas deixam de constituir um problema para o paciente, ainda que possam persistir algumas alterações que se observam no exame do doente.

Em todo o caso, ainda que a Blefarite não tenha cura, uma vez tratada de forma satisfatória, os pacientes podem ficar livres de sintomas a maior parte do ano e fazerem uma vida absolutamente normal, e na grande maioria dos casos, sem desenvolverem complicações que perturbem a visão.

Como posso ficar sem sintomas e evitar complicações?

Há que seguir o tratamento de forma adequada.

A sua doença exige um diagnóstico correcto feito pelo seu Oftalmologista. Uma vez diagnosticada a doença e explicado o tratamento adequado, é indispensável a sua adesão às medidas terapêuticas propostas.

Sem a sua colaboração, no cumprimento adequado e constante do tratamento, o sucesso deste, por mais adequado que seja, estará posto em causa.

Em que consiste o tratamento da Blefarite?

O tratamento consiste fundamentalmente em seguir estes 3 passos:

  1. Higiene palpebral.

A higiene palpebral é a base do tratamento da Blefarite. É fundamental manter o bordo das pálpebras o mais limpo possível.

Uma vez humedecidas e aquecidas as pálpebras com compressas com água quente (ou outro meio de aquecimento que o seu Oftalmologista lhe poderá indicar) durante alguns minutos (temperatura a 40 graus durante 5 minutos), deve realizar uma suave massagem das pálpebras para a drenagem da gordura acumulada nas glândulas

Para efectuar a massagem das pálpebras deverá: imobilizar a pálpebra no canto externo, massajar de cima para baixo em direcção ao bordo da pálpebra, depois, do canto interno em direcção ao canto externo. A massagem deve ser efectuada na pálpebra superior e inferior dos 2 olhos

Em seguida, deve lavar-se o bordo das pálpebras e a base das pestanas com sabão ou toalhetes adequados. Procure evitar a entrada de sabão ou do líquido dos toalhetes para dentro dos olhos. Podem provocar irritação ocular.

A higiene palpebral deve realizar-se 1 a 2 vezes ao dia, de acordo com a gravidade da Blefarite. Este procedimento é fundamental para o controle da doença e não deve ser interrompida mesmo nas alturas em que não há sintomas.

  1. Lágrimas artificiais (substitutos das lágrimas)

A Blefarite provoca a produção de uma lágrima alterada, com instabilidade da película lacrimal (camada de lágrima que protege o olho), responsável por muitos dos sintomas que a doença provoca.

O seu Ofalmologista vai indicar-lhe o tipo de lágrima artificial indicado para o seu caso. Deverá colocar as gotas o número de vezes indicado para o desaparecimento (ou alívio) dos seus sintomas.

  1. Dieta e Vitaminas

Dietas ricas em omega-3 (Ω-3), ou seja, dietas à base de peixe (sardinhas e salmão), melhoram a qualidade da lágrima e aumentam a estabilidade da película lacrimal.

Também pode estar indicada a toma de complexos vitamínicos enriquecidos com ómega-3 (Ω-3)

  1. Outros tratamentos

Em situações mais graves o seu Oftalmologista poderá ter necessidade de lhe receitar outros medicamentos: gotas e pomadas de antibióticos, gotas e pomadas com corticóides, e até, antibióticos por via oral. Estes medicamentos podem originar efeitos secundários devendo ser administrados por exclusiva indicação do seu Médico.

Julgamos que com esta informação ficou com um melhor conhecimento do que é a Blefarite. Para o esclarecimento de qualquer dúvida ou qualquer informação suplementar, não hesite em interrogar o seu Oftalmologista que terá o maior gosto em responder a todas as suas questões.

O que é a alergia?

A alergia é uma inflamação que resulta de uma resposta anormal do nosso organismo a substâncias inofensivas presentes no meio ambiente.

O nosso organismo possui um sistema de defesa -o sistema imunológico – cuja função é a de detectar presença de invasores potencialmente perigosos (bactérias, vírus, etc.), destruindo-os em seguida.

Na maioria das pessoas o sistema imunológico trabalha correctamente na sua função de protecção do organismo. Noutras, contudo, responde de forma exagerada reconhecendo como perigosas substâncias que não deveriam oferecer perigo, nomeadamente, alimentos, pólen, pó, penas de aves, pêlos de animais, bolores, etc. Nestes casos, e sempre que o indivíduo contacta com estas substâncias – designadas por alergénios – é activada uma resposta inflamatória que leva ao aparecimento de sintomas típicos da reacção alérgica – diz-se então que o indivíduo é alérgico.

A alergia pode manifestar-se de diferentes modos:

  • Se o contacto com o alergénio for feito a nível da pele, o indivíduo desenvolverá um eczema;
  • Se o contacto com o alergénio for feito a nível das vias respiratórias, aparecerá uma rinite alérgica, ou mesmo uma situação de asma alérgica;
  • se o contacto com o alergénio for feito a nível dos olhos, estaremos perante um quadro de alergia ocular, caracterizado por olhos vermelhos (hiperémia), comichão (prurido), lacrimejo, dificuldade de encarar a luz (fotofobia), etc.

Como descobrir a causa da alergia?

Quando um doente apresenta sintomas de alergia é conveniente estabelecer qual a causa da alergia, de forma a evitar o contacto com o alergénio.

Neste sentido, o médico começa por analisar a história clínica de cada paciente, e tenta através desta averiguar se existe alguém na família com o mesmo problema, pois a tendência para desenvolver reações alérgicas é hereditária.

De um modo geral, a história clínica completa e um exame físico detalhado são suficientes para que o médico estabelecer a causa da alergia naquele doente.

No entanto, em alguns casos o médico pode achar conveniente realizar também um teste de alergia. Normalmente faz-se um teste cutâneo que permite identificar a substância (ou as substâncias) que provoca(m) alergia, e que indica em que grau o doente é alérgico. O teste cutâneo é um teste simples, rápido e muito fiável.

Existe um outro tipo de teste, mais sofisticado, feito a partir da análise do sangue do doente. Neste caso não é possível saber imediatamente os resultados dado que a análise tem de ser feita num laboratório especializado.

Alergia ao pólen

É Primavera! O céu está azul, no ar paira o cheiro agradável a flores, mas você não pode usufruir de nada disto porque o seu nariz está entupido, a sua garganta está irritada e você não pára de espirrar, os seus olhos estão vermelhos e lacrimejantes e a luz solar incomoda-o mais do que habitualmente… Ou, é Outono, as folhas estão a cair, está vento, você sente-se mal, o nariz e os olhos estão congestionados… tem comichão e espirra repetidamente. Tem alergia ao pólen ou Febre dos Fenos!

Os pólenes são pequenos grãos, semelhantes a poeiras, em regra não visíveis a olho nu. Cada planta (flor, arbusto ou árvore) produz normalmente milhões de pequenas partículas de pólen, principalmente em certas épocas do ano -estação polínica – geralmente entre a Março e Junho.

As partículas de pólen são erradamente identificadas pelo sistema imunológico do doente alérgico como uma substâncias perigosa, dando origem, por exemplo, a uma rinite alérgica (quando o pólen entra em contacto com o sistema respiratório) ou a uma conjuntivite alérgica (quando o pólen entra em contacto com os olhos).

De um modo geral estas são situações incómodas mas fáceis de controlar se forem tomadas as precauções necessárias. A prevenção, através do seguimento de medidas específicas e do tratamento correcto com medicamentos anti-alérgicos, é a chave para que sejam evitadas as “crises” alérgicas da Primavera ou do Outono.

Alergia ao pó, aos pêlos e penas de animais e aos bolores

A alergia causada pelo pó da casa, pelas penas e pêlos de animais, ou pelos bolores, pode ocorrer em qualquer altura do ano, e os sintomas são os mesmos das alergias ao pólen. Em muitos casos esta situação alérgica é confundida com uma “constipação”, com a diferença que os sintomas duram muito mais tempo.

Dos vários alergénios conhecidos talvez o pó da casa seja aquele que mais casos de alergia provoca.

Se é alérgico ao pó o seu médico ter-lhe-á já explicado que o seu problema não é exactamente o pó, mas sim seres microscópicos que vivem no pó – os ácaros. Estes ácaros alimentam-se de bolores e das escamas que continuamente se libertam da nossa pele, e gostam de viver em ambientes quentes e húmidos. Deste modo, alcatifas e cortinados, roupas de cama e colchões constituem um autêntico reservatório de ácaros, particularmente a partir de Outubro e durante todo o Inverno (meses húmidos). Assim, a prevenção deste tipo de alergia passa por cuidados básicos de higiene a ter no quarto de dormir, sendo igualmente importante o tratamento com medicamentos anti-alérgicos.

O que é que o médico pode fazer para combater a alergia?

A alergia é uma doença que não tem cura. No entanto é uma situação que pode ser controlada com sucesso, permitindo ao doente ter uma vida perfeitamente normal, desde que sejam respeitadas todas as indicações do médico.

Assim, e após o diagnóstico de alergia, o médico indicar-lhe-á uma série de cuidados a ter no sentido de evitar o contacto com as substâncias para as quais é alérgico.

Claro que, em certos casos, isto é mais fácil de dizer do que fazer, porque os pólenes, por exemplo, são invisíveis e estão por toda a parte, e no caso do pó da casa, ele está presente durante todo o ano, mesmos nas casas mais limpas. No entanto, estas medidas, embora não evitando completamente o contacto com essas substâncias, reduzem a possibilidade da alergia se vir a manifestar.

Assim, se é alérgico ao pólen

  • evite as grandes caminhadas em espaços relvados, especialmente em dias quentes e secos, bem como em dias de vento forte;
  • mantenha as janelas de sua casa fechadas, especialmente durante as primeiras horas da manhã (5-10 horas), altura em que há maior polinização;
  • use sempre óculos escuros quando andar na rua;
  • viaje com as janelas do carro, autocarro ou combóio fechadas;
  • se utiliza sistemas de ar condicionado, mande instalar um filtro adequado para retenção de pequenas partículas.

Se é alérgico ao pó da casa

  • evite trabalhar em ambientes com muito pó ou use uma máscara de protecção nestas situações,
  • preste especial atenção ao seu quarto de dormir, nomeadamente;
  • evite alcatifas ou tapetes grossos;
  • evite cortinas de tecidos pesados e dificilmente laváveis;
  • guarde em armários ou gavetas todos os objectos que acumulam pó (peluches, brinquedos e livros);
  • prefira a roupa de cama em tecidos sintéticos e facilmente laváveis, evite cobertores felpudos, edredons de penas e lençóis de flanela;
  • aspire o colchão e o estrado semanalmente.

Para além destas medidas, cabe ao seu médico prescrever o(s) medicamento(s) mais adequado(s) ao seu caso particular…, e cabe-lhe a si seguir cuidadosamente o tratamento. Preste muita atenção às indicações do médico relativamente ao número de gotas ou comprimidos a tomar por dia, ao horário a seguir e à duração do tratamento.

De um modo geral o tratamento dos problemas alérgicos passa pela prescrição de um anti-alérgico que fará desaparecer a reacção alérgica. Este tipo de medicamentos, se administrados antes do aparecimento dos sintomas, previnem as manifestações de alergia. Neste sentido o médico recomendar-lhe-á a utilização do produto durante todo o tempo em que existe risco de exposição às substâncias a que é alérgico (por exemplo, durante toda a estação polínica, se for alérgico ao pólen), mesmo na ausência de sintomas típicos de alergia.

Para além dos medicamentos anti-alérgicos existem medicamentos descongestionantes, que só podem ser usados durante um espaço de tempo muito curto, uma vez que a sua utilização prolongada pode originar efeitos secundários graves.

Mais uma vez chamamos a sua atenção para a necessidade de cumprir rigorosamente o tratamento indicado pelo seu médico. Se usar medicamentos não receitados pelo seu médico, leia cuidadosamente o folheto informativo que está colocado no interior da embalagem e aconselhe-se junto do seu farmacêutico.

A alergia é uma das situações onde “mais vale prevenir…” Por isso, olhe por si seguindo rigorosamente os conselhos e o tratamento que lhe foram indicados.

Visite regularmente o seu Médico Oftalmologista

Julgamos que com esta informação ficou com um melhor conhecimento do que é a alergia ocular. Para o esclarecimento de qualquer dúvida ou qualquer informação suplementar, não hesite em interrogar o seu oftalmologista que terá o maior gosto em responder a todas as suas questões.

Em que consiste e porque se realiza a iridotomia profilática com Laser?

A intervenção consiste em realizar um orifício na íris para estabelecer uma comunicação entre as câmaras anterior e posterior do olho, para permitir que o humor aquoso (líquido que circula no interior do olho) possa passar através dele, evitando que o se dê o encerramento do ângulo da câmara anterior, o que provocaria uma subida brusca da tensão ocular (glaucoma agudo).

A intervenção é feita com recurso ao Laser (Argon e/ou Nd;Yag).

Objectivo do tratamento e benefícios que se pretendem alcançar

Em olhos pequenos (eixo antero-posterior de menores dimensões) as estruturas oculares estão mais próximas umas das outras e o ângulo formado entre a íris e a córnea (ângulo irido-corneano ou ângulo da câmara anterior), local por onde circula o humor aquoso (líquido que circula no interior do olho) do interior para o exterior do olho, é mais estreito do que o normal.

Quando o ângulo irido-corneano é estreito, a pressão do humor aquoso na câmara posterior pode empurrar a íris para a frente, produzindo um encerramento do ângulo (bloqueio do ângulo), que impede a saída do humor aquoso para fora do olho, originando um aumento brusco da tensão ocular (glaucoma agudo) e um risco de perda irreversível da visão.

A realização da iridotomia profilática com Laser previne, em quase 100% dos casos, esta evolução para o glaucoma agudo.

Como se realiza o procedimento

Antes do tratamento são colocadas gotas de anestésico e miótico (gotas que reduzem o diâmetro da pupila).

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O tratamento é realizado com um Laser Argon e/ou Nd:Yag, e com interposição de uma lente. É praticamente indolor e demora apenas alguns minutos.

Após o tratamento ser-lhe-ão recitadas gotas, com o objectivo de evitar a subida da tensão ocular e reduzir a inflamação, efeitos que podem surgir com o tratamento.

Tratamentos alternativos

Não existem alternativas médicas (gotas e comprimidos) a este tratamento.

A alternativa ao Laser é a iridotomia cirúrgica. Este tratamento alternativo utiliza-se sempre que o tratamento com Laser não é possível: câmara anterior muito estreita (porque o Laser pode danificar as estruturas adjacentes) e/ou perda da transparência da córnea (não permite a observação das estruturas e a passagem do raio de Laser).

Complicações

A iridotomia com Laser é considerada um tratamento muito seguro, com uma incidência de complicações muito baixa. Contudo, tal como acontece em qualquer outro tratamento cirúrgico, a taxa de complicações associadas ao tratamento não é nula.

Durante a intervenção podem ocorrer: hemorragias e alterações das estruturas adjacentes (córnea, íris e cristalino). Estas alterações são geralmente de pouca monta e não deixam geralmente sequelas.

Depois da intervenção o doente pode referir sensação de mal-estar, lacrimejo, fotofobia e olho vermelho, queixas sem gravidade e que desaparecem ao fim de 2-3 dias.

Raramente pode ocorrer: hemorragia na câmara anterior (hifema), opacidade do cristalino no local do tratamento, inflamação ocular e aumento transitório da tensão ocular. Estas complicações desaparecem em alguns dias com tratamento adequado.

Em alguns casos há a necessidade de repetir o procedimento:

  • situações em que a íris é muito espessa e em que há necessidade de utilizar uma grande necessidade de energia para realizar este procedimento. Nestes casos está indicado interromper o tratamento e voltar a tratar o paciente alguns dias depois;
  • casos em que o orifício de iridotomia é de reduzidas dimensões. Poderá haver necessidade de nova sessão de tratamento para alargar este orifício evitando que este possa encerrar-se espontaneamente;
  • os orifícios de iridotomia podem, em determinadas situações, encerrar espontaneamente (ex, inflamação ocular), havendo necessidade de tratamentos complementares para proceder à sua reabertura.

Em conclusão

A iridotomia profilática com Laser é um procedimento eficaz e seguro.

Não realizar a iridotomia em olhos predispostos poderá ter consequências muito graves para o paciente. Nestes olhos pode ocorrer um bloqueio do ângulo, com uma elevação súbita da tensão ocular (ataque de glaucoma agudo), que pode provocar lesões irreversíveis no nervo óptico, atrofia da íris e aparecimento de um glaucoma crónico de ângulo estreito. Estas complicações põem em risco a visão.

O seu Oftalmologista está à sua inteira disposição para o esclarecer de qualquer dúvida que tenha referente à cirurgia em referência.

Em que consiste e porque se realiza a capsulotomia?

A cápsula é uma fina membrana transparente que envolve o cristalino (lente natural do olho).

Ao operar a catarata (opacificação do cristalino) deixa-se a parte posterior da cápsula para implantar sobre ela a lente intra-ocular.

No pós-operatório da cirurgia de catarata, a cápsula pode sofrer uma opacificação, em consequência da proliferação e invasão de células residuais do cristalino, podendo originar uma baixa da acuidade visual.

Este processo, também é designado por catarata secundária, pode ocorrer meses ou anos após a cirurgia de catarata

Para restaurar a visão pode ser necessário realizar uma abertura no centro da cápsula posterior. Este tratamento designa-se por capsulotomia e é realizado com recurso a um Laser especial: Laser Nd:YAG.

Como se realiza?

A capsulotomia com Laser Nd:YAG realiza-se em ambulatório.

Para a sua realização é necessário efectuar a dilatação da pupila e a colocação de gotas de anestésico.

O tratamento dura poucos minutos, é praticamente indolor, e o paciente pode regressar imediatamente a casa.

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Benefícios

Este tratamento permite recuperar de forma rápida e total a perda da visão provocada pela opacificação da cápsula.

Nos dias seguintes à sua realização torna-se necessário comprovar o resultado do tratamento.

A recuperação visual pode ser limitada se existirem outras causas responsáveis pela baixa da visão (ex. uma alteração da retina). Contudo, é de esperar-se uma recuperação da visão cuja perda é da responsabilidade da opacificação da cápsula.

Complicações

A capsulotomia é considerada um tratamento muito seguro, com uma incidência de complicações muito baixa, contudo, tal como acontece em qualquer outro tratamento cirúrgico, a taxa de complicações associadas ao tratamento não é nula.

Após o tratamento alguns pacientes referem ver “corpos flutuantes ou “moscas volantes”, possivelmente devido a pequenos fragmentos residuais de cápsula.

Estas queixas costumam desaparecer em algumas horas ou dias. Excepcionalmente podem persistir mais tempo, sem que contudo, possam constituir incómodo para o paciente.

Os impactos do Laser podem danificar a superfície posterior da lente intra-ocular, que se encontra encostada à cápsula. Esta alteração da lente intra-ocular não tem em geral repercussão sobre a visão, mas pode ser observada pelo Oftalmologista ao exame biomicroscópico.

Entre as complicações mais raras podem encontrar-se: edema da córnea (geralmente transitório e localizado), reacção inflamatória, edema da mácula e descolamento da retina.

Estas últimas descreveram-se após a realização de capsulotomia, contudo, nem sempre é possível estabelecer-se uma relação de causa-efeito, já que se trata de complicações que têm mais a ver com a cirurgia da catarata, e que podem ocorrer também de forma espontânea.

Em conclusão

A capsulotomia com Laser Nd:YAG soluciona o problema da opacificação capsular de forma eficaz, segura e definitiva.

Os retratamentos são muito raros e estão associados a patologias associadas (ex. membranas associadas a processos inflamatórios).

O seu Oftalmologista está à sua inteira disposição para o esclarecer de qualquer dúvida que tenha referente à cirurgia em referência.

O que é a SLT

A SLT (do inglês, Selective Laser Trabeculoplasty) é um tratamento Laser simples e muito eficaz que reduz a pressão intra-ocular associada ao glaucoma.

É realizada no consultório pelo seu Oftalmologista, e não dura mais do que alguns minutos.

O que é o GLAUCOMA?

O glaucoma é uma doença que se caracteriza por uma destruição gradual e definitiva do nervo óptico (nervo que liga o olho aos centros cerebrais onde tem lugar o processamento da imagem). Pode afectar apenas um olho, mas geralmente os dois olhos são atingidos pela doença.

Na maior parte dos casos o processo de destruição do nervo óptico encontra-se associado a um aumento da tensão ocular (hipertensão ocular).

O que é a hipertensão ocular (tensão ocular alta)?

Existe dentro do olho um líquido transparente – o humor aquoso – que serve para manter a tonicidade e forma do globo ocular (é um efeito semelhante ao ar de um balão ou de uma bola de futebol). Este líquido, que fornece os nutrientes necessários ao metabolismo das estruturas oculares (cristalino e a córnea), está permanentemente a ser produzido dentro do próprio olho e a ser eliminado deste através de uma rede complexa de pequenos canais (trabéculo ou malha trabecular).

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A pressão sobe quando estas pequenas aberturas se tornam mais estreitas, dificultando a normal saída do humor aquoso para fora do olho (bloqueio do trabéculo) e causando assim um aumento da tensão ocular.

Com o objectivo de evitar a cegueira é imperioso implementar medidas para baixar e controlar a tensão ocular.

Como é que este tratamento funciona?

A SLT usa pulsos de luz de pequena duração e baixa energia (532 nm) que são captados pelo pigmento (melanina) das células do trabéculo.

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Em resposta, o mecanismo de cicatrização natural provoca a reorganização do trabéculo, que promove um aumento da drenagem do humor aquoso e a consequente baixa da pressão intra-ocular.

As células não pigmentadas adjacentes e a restante estrutura do trabéculo, não são lesadas com este tratamento.

A SLT é dolorosa?

Não. A SLT é praticamente indolor e não provoca efeitos secundários.

O que acontece durante o tratamento?

Antes do tratamento vão colocar-lhe gotas para anestesiar os olhos. Depois, os pulsos de luz são disparados por um microscopio especial. O processo demora alguns minutos.

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Uma vez realizado o tratamento o seu Oftalmologista poderá prescrever-lhe gotas anti-inflamatórias.

1 a 3 dias após o tratamento a sua pressão intra-ocular começa a descer. O efeito do tratamento terá que ser avaliado em consultas de seguimento.

Quantas vezes poderei ser submetido a este tratamento?

Este tratamento não é invasivo e não provoca queimadura das estruturas factos que tornam possível que este tratamento se possa repetir, se necessário.

Pelo contrário, outro tipo de tratamentos com Laser (trabeculoplastia com Laser de Argon), provocavam efeitos estruturais indesejados e não se podem repetir.

Quem pode beneficiar da SLT?

Se pertence a alguma desta categoria de pacientes, poderá beneficiar da SLT:

  • Se sofre de glaucoma primário de ângulo aberto, glaucoma pseudoesfoliativo, ou, glaucoma pigmentar (se não tiver a certeza, pergunte ao seu Oftalmologista)

  • Se a medicação anti-glaucomatosa sózinha não é capaz de baixar a sua tensão intra-ocular
  • Se fôr intolerante à medicação instituída

  • Se tiver dificuldade em cumprir a medicação

  • Se tiver dificuldade em ser reavaliado periódicamente, quer por dificulade de ser transportado (doentes acamados), problemas financeiros, ou outros
  • Se tiver uma história de falência com tratamento de trabeculoplastia com Laser de Argon

O que poderá acontecer se o tratamento não funcionar comigo?

A SLT reduz a pressão intra-ocular em média 25% em 75 a 85% dos pacientes tratados.

Para aqueles pacientes que não respondem ao tratamento, outras formas de tratamento, incluindo a cirurgia, poderão estar indicados.

Quais são os tratamentos alternativos?

  • O tratamento médico (gotas e comprimidos). É a forma de tratamento mais comum para o glaucoma primário de ângulo aberto (forma mais frequente de glaucoma). Está contra-indicada em aguns pacientes, pode provocar efeitos secundários indesejáveis e obrigam a fazer o tratamento todos os dias, muitas vezes, várias vezes ao dia
  • Trabeculoplastia com Laser de Argon. É o tratamento Laser mais frequentemente usado nos pacientes com glaucoma. Há vários problemas associados a este tipo de tratamento, inclusivé, lesões cicatriciais irreversíveis
  • Cirurgia. Se o tratamento não cirúrgico não é eficaz, poderá realizar-se uma cirurgia com o objectivo de criar um canal de alternativo para a drenagem do humor aquoso. Trata-se de um tratamento invasivo, havendo o risco de hemorragia e infecção.

Julgamos que com esta informação ficou com um melhor conhecimento do que é a SLT (Trabeculoplastia Selectiva com Laser). Para o esclarecimento de qualquer dúvida ou qualquer informação suplementar, não hesite em interrogar o seu oftalmologista que terá o maior gosto em responder a todas as suas questões.

INTRODUÇÃO

A DMI (degenerescência macular do idoso) é a principal causa de baixa acentuada de visão na população com idade superior a 65 anos.

O tratamento desta doença é difícil, podendo obrigar à realização de tratamentos com Laser (fotocoagulação com Laser e terapia fotodinâmica), injecções intra-oculares, e mesmo, em alguns casos, intervenções cirúrgicas.

Dado que o tratamento ideal para a DMI ainda está em aperfeiçoamento, novos tratamentos estão constantemente a ser desenvolvidos para melhorar o prognóstico desta doença a médio e longo prazo.

De entre os tratamentos mais recentes inclui-se a injecção intra-ocular de medicamentos anti-angiogénicas (Pegaptanib, Ranibizumab e Bevacizumab) e corticoides (Dexametasona).

Embora relativamente recente não se trata de um tratamento experimental. Há vários milhares de casos tratados a nível mundial, com estudos controlados e publicados em revistas de referência da Especialidade, que revelam que este tratamento (injecção intra-ocular de certas substâncias) é, na esmagadora maioria dos casos, seguro e apresenta resultados muito promissores.

PORQUÊ REALIZAR ESTA INJECÇÃO?

A injecção de medicamentos directamente no interior do olho permite uma acção mais eficaz sobre a doença a tratar, e também, minimiza os efeitos secundários sistémicos do tratamento.

DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO

A intervenção realiza-se em regime ambulatório.

O paciente é colocado em posição deitada ou semi-sentada.

O olho é anestesiado com ajuda de gotas anestésicas.

As pálpebras e a superfície ocular são desinfectadas com produto antiséptico para reduzir o risco de infecção.

Injecção intra-vitrea. A injecção é feita com uma agulha muito fina que se introduz através da esclera (branco do olho) em local determinado de forma a evitar o traumatismo das estruturas oculares. A injecção dura alguns segundos.

Após a injecção colocam-se gotas de antibiótico na superfície ocular, com o objectivo de evitar a infecção.

EVOLUÇÃO PÓS-OPERATÓRIA HABITUAL

Na maioria dos casos não ocorrem dores fortes após a injecção intra-vitrea. Algum desconforto ou dor pouco intensa pode combater-se com medicação analgésica habitual.

Após a injeção é comum o aparecimento de manchas no campo visual, sob a forma de corpos flutuantes, que podem persistir durante alguns dias a algumas semanas. São originadas pela presença do medicamento no vítreo (gel transparente que ocupa a parte posterior do olho, local onde é injectado o fármaco).

A eficácia do tratamento é depois avaliada pelo seu Oftalmologista.

COMPLICAÇÕES

As complicações podem ser transitórias ou definitivas. Podem necessitar de tratamento médico ou cirúrgico.

A complicação mais frequente é o aparecimento de uma hemorragia sub-conjuntival (hemorragia no branco do olho) no local da injecção. Não tem gravidade e reabsorve espontaneamente em alguns dias.

As outras complicações são raras, contudo, e apesar de todas as precauções tomadas, podem aparecer. Excepcionalmente, como em toda a cirurgia ocular, podem ser graves, podendo conduzir à perda de visão.

A infeção manifesta-se por uma baixa da acuidade visual acompanhada de dores fortes e olho vermelho. A presença desta sintomatologia, horas ou poucos dias após o tratamento, deve levá-lo(a) a contactar o seu Oftalmologista e/ou a deslocar-se ao Centro Hospitalar mais próximo sem demora.

O aumento da tensão ocular pode ocorrer, podendo ser necessário tratamento médico ou cirúrgico.

Outras complicações, excepcionalmente raras, são: a catarata por lesão do cristalino, a hemorragia intra-vitrea e o descolamento da retina. Caracterizam-se por uma baixa da acuidade visual, progressiva ou súbita, podendo obrigar à realização de tratamento cirúrgico.

O Sr(a) apresenta uma anomalia da refracção que o seu Oftalmologista propõe compensar com a colocação de um implante no interior do olho. Este implante vai ter uma graduação indicada para a correcção da sua graduação e vai ser colocado no interior do seu olho em uma de 2 localizações: entre a íris e o cristalino, ou, fixado à superfície anterior da íris.

Porque operar?

Num olho normal o trajecto dos raios luminosos é alterado pela córnea e pelo cristalino (lente natural do olho) fazendo com que estes venham a convergir na retina, situação indispensável para que a visão seja nítida.

O olho míope é demasiado grande, de tal forma que, os raios luminosos acabam por convergir à frente da retina. Pelo contrário, o olho hipermetrope é demasiado pequeno, e os raios luminosos acabam por convergir atrás da retina.

Quer num caso que noutro, o facto dos raios luminosos não convergirem na retina vai fazer com que a acuidade visual do paciente não seja boa.

A intervenção proposta consiste na colocação dentro do olho do paciente de uma lente com uma potência determinada e que, ao modificar o trajecto dos raios luminosos, vai fazer com que estes venham a convergir na retina, permitindo assim uma visão nítida.

Indicações desta cirurgia

Esta cirurgia está indicada em miopias e hipermetropias altas (associados ou não a astigmatismo) em pacientes com intolerância a lentes de contacto (ou vontade de se verem livres destas) e com uma graduação e/ou características oculares que os tornam maus candidatos a cirurgia com Laser Excimer (Lasik).

Um candidato a esta cirurgia deve informar-se se existe alguma incompatibilidade profissional (polícia, marinha, força aérea, condutores de transportes ferroviários, etc) ou outra (prática de desportos violentos, ex. o boxe) com a realização desta cirurgia.

Descrição da intervenção

A cirurgia é realizada em meio hospitalar, num ambiente estéril (bloco operatório) e com auxílio de microscópio operatório.

Pode ser feita sob anestesia local, loco-regional ou (como acontece na maioria dos casos) sob anestesia geral.

O paciente é imobilizado numa marquesa operatória e, depois da conveniente limpeza da zona operatória (por forma a evitar as infecções), faz-se uma incisão no globo ocular (geralmente na córnea) que será ou não suturada no fim da intervenção.

Por esta incisão introduz-se a lente intra-ocular que vai colocar-se ou à frente da íris (geralmente fixada à superfície anterior da íris), ou no espaço localizado entre a superfície posterior da íris e a superfície anterior do cristalino.

Uma vez introduzida a lente procede-se à remoção de um pequeno fragmento de íris – iridotomia (caso esta intervenção não tenha já sido feita com Laser alguns dias antes da intervenção)

Incidentes e dificuldades operatórias

São raros e imprevisíveis. Poderá ocorrer um traumatismo da íris (que pode dar origem a uma hemorragia que reabsorve geralmente em poucos dias) ou do cristalino.

Evolução pós-operatória habitual

Na grande maioria dos casos os pacientes referem uma dor tolerável (que raramente obriga à prescrição de analgésicos por via oral) e a acuidade visual recupera ao fim de algumas horas a 1-2 dias.

Os pacientes têm que colocar gotas durante alguns dias a 2-4 semanas, de acordo com a evolução do seu caso. Também, devem proteger os olhos da luz solar, traumatismos e/ou poeiras.

A actividade profissional pode ser retomada ao fim de 1 semana. Em algumas actividades profissionais que têm lugar em ambientes hostis (vento, poeiras e poluição), em que ocorre a utilização de instrumentos de precisão ou perigosos e que obrigam à condução de veículos motorizados, o período de inactividade pode estar indicado por um período de algumas semanas.

Complicações

A primeira mensagem que queremos transmitir é de que é impossível executar qualquer tipo de cirurgia sem que o(a) paciente aceite um certo grau de risco e de responsabilidade. Esta cirurgia não foge à regra. Não existe nenhuma intervenção sem risco. Embora raras, as complicações podem ocorrer.

Nenhum cirurgião pode garantir que todos os pacientes submetidos a esta cirurgia vão ficar sem óculos. Esta cirurgia embora venha a resultar numa menor dependência (ou mesmo, independência) dos óculos na grande maioria dos casos, não garante este resultado a todos os doentes. Há casos em que os doentes podem ter que necessitar de correcção com óculos ou lentes de contacto para a realização de determinadas tarefas mais exigentes sob o ponto de vista visual. Excepcionalmente poderá haver necessidade de trocar o implante.

Embora se verifique na maioria dos casos operados uma acuidade visual sem correcção melhor do que a que existia antes da intervenção com recurso a correcção (óculos ou lentes de contacto), pode haver lugar a queixas de halos, reflexos, deformação das imagens, sobretudo em condições de baixa luminosidade ou à noite. Estas complicações têm geralmente um carácter transitório.

A colocação de um implante dentro do olho acarreta riscos de infecção e de complicações ligadas à tolerância do implante dentro do olho. O cirurgião deve cumprir escrupulosamente os protocolos de assepsia que uma cirurgia intra-ocular obriga.

Também, esta cirurgia obriga a uma vigilância apertada (follow up) para despiste de qualquer complicação relacionada com a presença de um implante dentro do olho (implante deslocado, alterações da córnea e do cristalino, hipertensão ocular).

Segurança

Esta cirurgia foi aprovada pelas mais prestigiosas sociedades científicas internacionais (com destaque para a Academia Americana de Oftalmologia e para a Sociedade Europeia de cirurgia Implanto-refractiva (ESCRS) o que faz que tenha sido submetida a rigorosos estudos que garantem a sua segurança e predictabilidade.

Contudo, excepcionalmente (tal como acontece com qualquer cirurgia ocular) podem ocorrer complicações que põem em risco a visão.

O seu Oftalmologista está à sua inteira disposição para o esclarecer de qualquer dúvida que tenha referente à cirurgia em referência.

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O objetivo deste documento é o de informar o(a) paciente sobre as limitações da técnica e possíveis efeitos secundários e complicações da Cirurgia Refractiva com Laser Excimer.

ANTECEDENTES

A primeira vez que se utilizou o Laser Excimer para a correção da miopia foi no ano de 1987. Em Outubro de 1995 nos EUA a FDA (Food and Drug Administration), depois de um exaustivo estudo multicêntrico com mais de 3 anos de duração, aprovou a utilização do Laser Excimer como um método seguro e eficaz na correção de defeitos refrativos (miopia, hipermetropia e astigmatismo). Desde então milhões destas operações já foram realizados com êxito em todo o mundo.

CIRURGIA COM LASER EXCIMER

O Laser Excimer molda a córnea com o objectivo de reduzir ou eliminar o uso de óculos ou lentes de contacto, nos casos de miopia, hipermetropia ou astigmatismo.

Pode fazer-se de 2 formas: na superfície da córnea: PRK (Photorefractive Keratectomy) ou, nas camadas mais profundas da córnea: LASIK (Laser in Situ Keratomileusis). Atualmente o LASIK é a técnica usada preferencialmente, pois possibilita um pós-operatório indolor e uma rápida recuperação da visão.

A cirurgia de LASIK é realizada em 3 fases:

  1. Queratomileusis: consiste em formar um fino lentículo (“flap”) corneano (110 a 140 micras de espessura) que depois de levantado permite o acesso à camada mais profunda da córnea (estroma). Pode ser realizada de 2 formas: ou através de um microqueratótomo (que realiza o corte utilizando uma lâmina) ou através de um Laser de Femtosegundo (Laser capaz de executar um corte de alta precisão e sem necessidade de recurso a lâmina);
  2. Fotoablação: nesta fase o Laser Excimer modifica a curvatura do estroma corrigindo o erro refrativo;
  3. Reposição do lentículo: consiste em recolocar o lentículo (“flap”) corneano sobre o estroma deixando intacta a superfície da córnea.

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CENTRO DE CIRURGIA LASER DO HOSPITAL DA ORDEM TERCEIRA

O Centro de Cirurgia Laser do Hospital da Ordem Terceira (CCL), a funcionar desde 1998, dispõe de um Laser Excimer da última geração (Schwind Esiris). Em 2014 o CCL adquiriu um Laser de Femtosegundo (Femto LDV Z6 Ziemer) que veio a permitir a realização da queratomileusis com ainda maior precisão e sem recurso a lâmina.

Este equipamento é idêntico ao existente nas melhores clínicas da Europa e dos EUA.

INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES

Para modificar a curvatura da córnea o Laser Excimer retira alguma quantidade de tecido corneano. Conhecemos hoje os limites desta técnica e no estudo pré-operatório temos que avaliar com todo o rigor as características do olho de cada paciente (espessura da córnea, topografia e diâmetro pupilar) e confrontar estes resultados com a ametropia (miopia, hipermetropia e astigmatismo) a corrigir.

Pode ser operado qualquer paciente com mais de 20 anos de idade, que sofra de miopia, hipermetropia ou astigmatismo desde que a sua graduação não tenha variado significativamente no último ano.

Não devem ser operados pacientes que sofram de outras patologias oculares, em particular, anomalias da córnea (queratocone), uveítes e cataratas.

Mulheres grávidas não são boas candidatas à cirurgia, na medida em que durante a gravidez podem surgir modificações da sua graduação.

Os portadores de lentes de contacto devem interromper o seu uso durante 2 semanas se forem lentes hidrófilas e 4 semanas se forem lentes semi-rígidas, antes da operação.

RECUPERAÇÃO / RISCOS / COMPLICAÇÕES

A cirurgia é realizada sob anestesia local tópica, sendo para isso utilizadas gotas anestésicas durante a operação. Praticamente não sente dor nem durante nem depois da cirurgia. Contudo, a colocação de um afastador das pálpebras é indispensável para o paciente manter o olho aberto durante a cirurgia o que pode provocar uma sensação desagradável.

Durante as primeiras 6 a 12 horas do pós-operatório o paciente sente uma sensação de corpo estranho, lacrimejo e aumento da sensibilidade à luz. Geralmente o paciente reinicia as suas actividades diárias entre as 48 as 72 horas.

Após a cirurgia quase todos os pacientes referem visão turva. Geralmente só ao fim de 24 a 48 horas pós-cirurgia se consegue atingir uma boa visão, sendo a recuperação tanto mais rápida quanto menor for o defeito refrativo tratado. Contudo, a visão vai melhorando no decurso das primeiras semanas do pós-operatório.

As alterações da visão nocturna (deslumbramento e halos) são bastante frequentes nos pacientes míopes e astigmatas. Estas alterações podem aumentar nas primeiras semanas pós-cirurgia. Contudo, 3 meses após uma cirurgia bilateral só 1% dos pacientes continua a sentir alterações da visão capazes de interferir com a condução automóvel nocturna. Os pacientes com miopia e astigmatismo elevados e pupilas de grande diâmetro, com uma fraca iluminação apresentam um maior risco para este tipo de queixas.

O risco de infeção ocular no Lasik é menor que 0,1%. Esta complicação trata-se com a limpeza da córnea e antibióticos locais.

Complicações do lentículo (“flap”) corneano. No LASIK o Laser aplica-se na camada mais profunda da córnea. Para se poder aceder a ela temos que cortar e levantar uma camada superficial da córnea (lentículo corneano ou “flap”). Como foi dito atrás, para realizamos este passo da cirurgia (queratomileusis) utilizamos um Laser Femtosegundo (Femto LDV Z6 Ziemer) capaz de fazer o corte com total precisão (espessura, regularidade e centragem) e sem recurso à lâmina. Com esta técnica vemos assim praticamente eliminadas as complicações associadas à realização do “flap” corneano.

Raramente podem aparecer pregas ou estrias no “flap” (0,2 a 1% ) que podem comprometer a qualidade da visão. Nestes casos, em que se observa a presença de estrias, pode ser necessária a manipulação cirúrgica do “flap” 24 a 48 horas após a cirurgia de Lasik.

Muito raramente a fotodisrupção associada ao Laser de Femtosegundo pode provocar a libertação de mediadores inflamatórios responsáveis por uma queratite lamelar da interface (DLK). Esta complicação resolve-se ao fim de poucos dias e sem deixar sequelas.

Depois do Lasik, durante algumas semanas, e por vezes meses, verifica-se uma redução da produção de lágrimas, raramente associada a sintomas, que pode obrigar à prescrição de gotas de lágrimas artificiais.

EXPECTATIVAS REALISTAS

Uma das características mais importantes de um bom candidato a cirurgia refractiva é, não só o seu conhecimento da técnica cirúrgica a que se vai submeter, mas também, que tenha expectativas realistas da sua visão em função do seu defeito refrativo.

Ainda que a quase totalidade dos pacientes operados com Laser Excimer não necessitem de óculos ou lentes de contacto após a cirurgia, alguns pacientes, sobretudo os míopes e astigmatas altos, podem manter a necessitar de correção para executar tarefas mais exigentes em termos visuais, como ler, ver televisão, ir ao cinema e conduzir à noite. Um paciente operado de Lasik pode, se necessário, voltar a usar lentes de contacto.

Em cerca de 10% dos casos é necessário um retratamento para corrigir um defeito refrativo residual. Os retratamentos são raros nos pacientes com baixas miopias (2%) e mais elevados nas altas miopias (10%).

O retratamento pode ser realizado logo que a refração pós-operatória seja estável, normalmente 2 a 6 meses após a primeira intervenção.

Nesta segunda intervenção levanta-se o “flap” efetuado na primeira intervenção (procedimento fácil de realizar mesmo 1 ano após a intervenção) após o que o Laser efetua o retratamento programado para o defeito refrativo residual.

A cirurgia reduz ou elimina o defeito refractivo do paciente mas não faz parar a sua evolução. Daí a importância que tem, que a graduação do doente não tenha variado de forma significativa no último ano antes da cirurgia.

A presbiopia ou vista cansada é um defeito visual que atinge 100% da população a partir dos 40-45 anos. Caracteriza-se por dificuldade na visão de perto e é devida à perda progressiva da capacidade do cristalino alterar a sua forma. Este problema encontra-se mascarado nos pacientes com miopia, já que nestes não se observam estas queixas de dificuldade de visão ao perto. Por vezes até tiram os óculos para ver melhor ao perto.

Uma vez operados, e porque a miopia deixa de existir, estes pacientes necessitam de usar óculos para ver ao perto. Este problema pode resolver-se em parte não retirando toda a miopia dos dois olhos ou retirando toda a miopia de um olho e deixando alguma miopia no outro olho, para permitir com este uma boa visão ao perto, e reduzir assim a dependência de óculos para perto.

CONCLUSÃO

A cirurgia de LASIK é actualmente a técnica de eleição para corrigir miopias até 8 dioptrias, hipermetropias até 5 dioptrias e astigmatismos até 5 dioptrias.

É reconhecida por todas as instituições nacionais e internacionais (FDA e ESCRS) como uma técnica segura, com uma percentagem de complicações mínima.

É uma técnica que tem vantagens em relação a outras: é uma cirurgia extra-ocular realizada em condições ambulatórias e sob anestesia local, não provoca dor e a recuperação da visão é rápida.

Uma consulta pré-operatória, na qual serão feitos vários exames e uma observação oftalmológica detalhada, é um passo indispensável na avaliação dos candidatos a esta cirurgia.

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INTRODUÇÃO

O objectivo deste documento é o de informar o(a) paciente sobre as limitações da técnica e possíveis efeitos secundários e complicações da Cirurgia Refractiva com Laser Excimer.

A primeira mensagem que queremos transmitir é de que é impossível executar qualquer tipo de cirurgia sem que o(a) paciente aceite um certo grau de risco e de responsabilidade.

A assinatura deste consentimento informado pressupõe o conhecimento da técnica cirúrgica a que se vai submeter, bem como os problemas que possam ocorrer durante a cirurgia e no pós-operatório.

ANTECEDENTES

O laser excimer molda a córnea com o objectivo de reduzir ou eliminar o uso de óculos ou lentes de contacto, nos casos de miopia, hipermetropia ou astigmatismo.

Pode fazer-se de 2 formas: na superfície da córnea PRK (Photorefractive Keratectomy) ou nas camadas mais profundas da córnea LASIK (Laser in Situ Keratomileusis).

Nem todos os doentes podem ser operados pela técnica de Lasik. Em pacientes com determinadas características, particularmente aqueles que possuem córneas de espessura reduzida, a técnica mais indicada é um procedimento de superfície (PRK). Esta técnica tem um resultado visual idêntico ou melhor que o Lasik. Contudo, provoca algumas dores no pós-operatório e tem uma recuperação visual mais lenta que o Lasik.

No Centro de Cirurgia Laser do Hospital da Ordem Terceira (CCL) realizamos a cirurgia de Lasik e PRK desde 1998. Utilizamos a tecnologia laser mais avançada com o objectivo de oferecer aos nossos pacientes os melhores resultados.

O CCL dispõe de um Laser Excimer da última geração (Schwind Esiris), equipamento idêntico ao existente nas melhores clínicas da Europa e dos EUA, que permite corrigir de forma precisa e segura a grande maioria dos defeitos refractivos.

A primeira vez que se utilizou o Laser Excimer para a correcção da miopia foi no ano de 1987. Desde então milhões destas operações já foram realizadas com êxito em todo o mundo. Em Outubro de 1995 nos EUA a FDA (Food and Drug Administration), depois de um exaustivo estudo multicêntrico com mais de 3 anos de duração, aprovou a utilização do Laser Excimer como um método seguro e eficaz na correcção de defeitos refractivos (miopia, hipermetropia e astigmatismo).

INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES

Pode ser operado qualquer paciente com mais de 20 anos de idade, que sofra de miopia, hipermetropia ou astigmatismo desde que a sua graduação não tenha variado significativamente no último ano.

Não devem ser operados pacientes que sofram de outras patologias oculares, em particular, anomalias da córnea (queratocone), uveítes e cataratas.

Mulheres grávidas não são boas candidatas à cirurgia, na medida em que durante a gravidez podem surgir modificações da sua graduação.

Os portadores de lentes de contacto devem interromper o seu uso durante 2 semanas se forem lentes hidrófilas e 4 semanas se forem lentes semi-rígidas, antes da operação.

CONFIDENCIALIDADE

O paciente dá o seu consentimento para que o cirurgião use os seus dados cirúrgicos para fins médicos não publicitários, em congressos ou reuniões científicas, desde que não sejam divulgados os seus dados pessoais.

RECUPERAÇÃO / RISCOS

A cirurgia é realizada sob anestesia local tópica, sendo para isso utilizadas gotas anestésicas durante a operação. Praticamente não sente dor durante a cirurgia. Contudo, a colocação de um afastador das pálpebras, indispensável para o paciente manter o olho aberto durante a cirurgia, pode provocar uma sensação desagradável.

Ao terminar a cirurgia é colocada sobre o olho uma lente de contacto, lente que vai se mantém durante cerca de 3-5 dias.

Durante os primeiros 2-3 dias do pós-operatório o paciente sente algumas dores, sensação de corpo estranho, lacrimejo e aumento da sensibilidade à luz. Estas queixas vão sendo minimizadas com tratamento indicado. Geralmente o paciente reinicia as suas actividades diárias entre o 4º e o 7º dia.

As alterações da visão nocturna com deslumbramento e halos são bastante frequentes nos pacientes míopes e astigmatas. Estas alterações podem aumentar nas primeiras semanas pós-cirurgia. Contudo, 3 meses após uma cirurgia bilateral só 1% dos pacientes continua a sentir alterações da visão capazes de interferir com a condução automóvel nocturna. Os pacientes com miopia e astigmatismo elevados e pupilas de grande diâmetro, com uma fraca iluminação apresentam um maior risco para este tipo de queixas.

Após a cirurgia quase todos os pacientes referem visão turva. Geralmente só ao fim de 4 a 7 dias após a cirurgia se consegue atingir uma visão aceitável, sendo a recuperação tanto mais rápida quanto menor for o defeito refractivo tratado. Contudo, a visão vai melhorando no decurso das primeiras semanas do pós-operatório.

O risco de infecção ocular no PRK é menor que 0,1%. Esta complicação previne-se e trata-se com antibióticos locais.

Haze. A perda de transparência da córnea é actualmente uma complicação rara desta técnica. Em qualquer caso, implementamos por rotina procedimentos pré, intra, e, pós-operatórios, com o objectivo de prevenir e tratar esta complicação.

Reepitelização deficiente. A reepitelização da zona tratada pode ser mais precoce ou mais retardada de acordo com as características de cicatrização de cada paciente.

Depois da cirurgia, durante algumas semanas (por vezes meses), verifica-se uma redução da produção de lágrimas, raramente associada a manifestações de olho seco, que obriga à prescrição de gotas de lágrimas artificiais.

EXPECTATIVAS REALISTAS

Uma das características mais importantes de um bom candidato a cirurgia refractiva é, não só o seu conhecimento da técnica cirúrgica a que se vai submeter, mas também, que tenha expectativas realistas da sua visão em função do seu defeito refractivo.

Ainda que a quase totalidade dos pacientes operados com laser excimer não necessitem de óculos ou lentes de contacto após a cirurgia, alguns pacientes, sobretudo os míopes e astigmatas altos, necessitam de óculos ou lentes de contacto para ler, ver televisão, ir ao cinema e conduzir à noite. O primeiro objectivo desta cirurgia não é eliminar em definitivo o uso de óculos ou lentes de contacto, mas sim, reduzir a dependência destes, melhorando a visão sem qualquer correcção óptica. Um paciente operado de PRK pode necessitar de voltar a usar lentes de contacto.

Também deve estar claro que esta cirurgia não melhora a visão corrigida, ou seja a melhor acuidade visual que o paciente pode atingir após a cirurgia é aquela que o paciente tinha antes da operação usando a sua correcção óptica. Os pacientes que não tenham uma visão de 100% antes da cirurgia, mesmo com graduação máxima, não poderão atingir uma visão de 100% após a cirurgia.

A cirurgia reduz ou elimina o defeito refractivo do paciente mas não faz parar a sua evolução. Daí a importância que tem, que a graduação do doente não tenha variado de forma significativa no último ano antes da cirurgia.

A presbiopia ou vista cansada é um defeito visual que atinge 100% da população a partir dos 40-45 anos. Caracteriza-se por dificuldade na visão de perto e é devida à perda progressiva da capacidade do cristalino alterar a sua forma. Este problema encontra-se mascarado nos pacientes com miopia, já que nestes não se observam estas queixas de dificuldade de visão ao perto. Por vezes até tiram os óculos para ver melhor ao perto.

Uma vez operados, e porque a miopia deixa de existir, estes pacientes necessitam de usar óculos para ver ao perto. Este problema pode resolver-se em parte não retirando toda a miopia dos dois olhos ou retirando toda a miopia de um olho e deixando alguma miopia no outro olho, para permitir com este uma boa visão ao perto, e reduzir assim a dependência de óculos para perto.

Em cerca de 10% dos casos é necessário um retratamento para corrigir um defeito refractivo residual. Tem lugar logo que a refracção pós-operatória seja estável, normalmente 2 a 6 meses após a primeira intervenção. Os retratamentos são raros nos pacientes com baixas miopias (2%) e mais elevados nas altas miopias (10%).

CONCLUSÃO

A cirurgia de PRK é actualmente a técnica de eleição para corrigir miopias até 10 dioptrias, hipermetropias até 6 dioptrias e astigmatismos até 5 dioptrias.

É reconhecida por todas as instituições nacionais e internacionais (FDA e ESCRS) como uma técnica segura, com uma percentagem de complicações mínima.

Uma consulta pré-operatória, na qual serão feitos vários exames e uma observação oftalmológica detalhada, é um passo indispensável na avaliação dos candidatos a esta cirurgia.

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